Em 1994 as vidas de um pai de aluno, dos donos da Escola Base e de professores e funcionários daquela escola foram jogadas no lixo por uma polícia que adora holofotes e uma mídia criminosa que adora dar holofotes pra uma polícia irresponsável. Naquele ano, ao ouvir as acusações das mães, o delegado Edélcio Lemos chamou a imprensa mesmo sem provas, e conseguiu voltar a atenção dos principais meios de comunicação do país para o caso. Em pouco tempo, a mídia já tratava os acusados como culpados.
São 19 anos de injustiça e sucessivos governos do estado de São Paulo mesmo derrotados na Justiça não indenizaram as vítimas, uma delas já morta sem ver a justiça ser feita. Mídia preguiçosa e irresponsável comprou o que o delegado disse e causou um dano enorme às vidas dos acusados, numa história fantasiosa. Apesar da lição, ainda hoje permanece a preguiça de jornalistas ou por vontade própria de se pôr a serviço do poder para destruir reputações de desafetos.
A população paulistana enfurecida virou turba, invadiu a escola, depredou, pichou, destruiu acreditando nas mentiras da mídia bandida; roubou e quebrou a casa dos funcionários envolvidos enquanto eles estavam presos. A foto à esquerda mostra como ficou a casa de um dos acusados e da direita como ficou a escola, no bairro da Aclimação, em São Paulo.
O caso abaixo é outro exemplo de Escola Base onde a reputação das pessoas é jogada no lixo por uma mídia sensacionalista e irresponsável. Imagino a dor desta mãe, perder a filha e ainda ser acusada de seu assassinato e ser exposta à fúria do horário de sangue.
Marco Regulatório das Comunicações, cadê você? Justiça, cadê você?
Laudo confirma que mãe não matou a filha como anunciou a polícia e a imprensaLaudo confirma que mãe não matou a filha como anunciou a polícia e a imprensa
Por: Diógenes Brandão em seu blog 19/04/2013
A informação repassada por um delegado de polícia e de alguns policiais militares que estiveram no local do incidente, foram o suficiente para que a irresponsabilidade de vários jornalistas fizessem uma mulher, vítima de um abalo emocional, fosse acusada de ter matado a própria filha. Sabemos agora que o laudo feito no corpo da criança demonstra que as informações e depoimentos de familiares e vizinhos que conheciam a família, eram verdadeiros e as conclusões da polícia e da imprensa, irresponsáveis. No lead do portal ORM/Oliberal, a morte da ética jornalística é anunciada: "Uma tragédia familiar chocou moradores do bairro do Guamá na tarde desta terça-feira (2). Aldenora Costa do Vale, de 36 anos, matou a filha de seis, por estrangulamento. As informações são do delegado Marco Antonio Duarte, diretor da Seccional Urbana do Guamá. Ainda de acordo com o delegado, moradores da Passagem da Paz, no conjunto Riacho Doce, local do crime, afirmaram que Aldenora esperou o marido sair de casa para cometer o homicídio." Com o apelo da matéria, veículos nacionais e até a CNN (internacional) replicaram o fato que agora é solucionado. Fique com a sugestão de pauta para a entrevista coletiva que anunciará que o laudo médico prova que a mãe não matou a filha no Riacho Doce.
Laudo definitivo emitido ao meio-dia de ontem (quinta-feira, 18), pelo Instituto Médico Legal (IML) do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, comprova que a menor Ana Cláudia Costa do Vale, de 6 anos, NÃO foi assassinada pela mãe, Aldenora Costa Vale. O caso ocorreu no último dia 02 de abril, na área do Riacho Doce, no bairro do Guamá. O laudo informa que a criança morreu de insuficiência respiratória em razão de um EDEMA AGUDO PULMONAR. A mãe ainda está presa no Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua.A advogada Valéria Fidélis, que defende Aldenora, vai esclarecer todas as dúvidas sobre a reviravolta do caso, em entrevista coletiva, que contará com a presença do marido de Aldenora e pai da criança, Antônio Nunes Vale. Ele foi autor da ocorrência policial que levou à injusta prisão de Aldenora, mas se diz arrependido diante do desfecho do caso.A prisão de Aldenora representa um grave erro da polícia e da justiça, que manteve a prisão dela, em concordância com o Ministério Público do Estado, mesmo após a apresentação do laudo preliminar do IML confirmar que a morte da criança teve causa natural.Esse laudo preliminar é agora confirmado pelo laudo definitivo. Com base nesse documento, Valéria Fidélis a juiza hoje (sexta-feira, 19) um novo pedido para que Aldenora seja liberada pela justiça. O caso deverá ser analisado pelo juiz criminal Raimundo Flexa da Vara de Homicídios. "Agora é incontestável que a morte foi natural. Não houve morte violenta. Não tem mais nenhum fundamento legal para que seja mantida a prisão de Aldenora", afirma a advogada.