Como dizem na Bahia, e em bom baianês: "Que porra é essa?"
Por Bob Fernandes, via Facebook
Pra quem não é de Salvador, essa trolha de concreto ai fica mais ou menos a caminho do belo, e largado, Forte de São Marcelo.
Perguntas:
Mesmo que a ele possa não caber legalmente atuar na cidade (Pode? Não pode?) o que pensa de mais agressão à cidade o governador Jaques Wagner?
E o prefeito ACM, Neto? O que tem a dizer? Pegou o bonde andando? Tava tudo Craudiado e tinha O Grande Mentecapto nessa parada aí? Ok, mas agora é quem dirige é ele. Qual é a opinião? E qual será a atitude?
E o Ministério Público? Imagino que a luta deve ser feroz, mas fato é que nos últimos anos a cidade sofreu um brutal estupro imobiliário; e não tem quem não saiba quem foram e são os pilantras que deixaram isso rolar. Na prática, o que o MP conseguiu impedir? E se não consegue, não consegue por quê?
E se não consegue, por que esse silêncio que soa cúmplice? Por que não publicam o que o MP tem, ou teria a dizer? Ou porque o MP não consegue valer-se, fazer reverberar ao menos nas redes sociais?
Admitamos, como hipótese, que há uma ideia genial a embasar essa coisa horrorosa ai. Como a cidade não tem, há anos, Plano Diretor nem coisa alguma, o dono disso aí pediu autorização pra quem? E conseguiu como? E se eu quiser botar um cacete armado em qualquer beira de praia aí eu também posso? Não? Por que não?
E a Marinha, cujo Comando está há menos de 200 metros disso aí? Quem é o Comandante? Autorizou? Ouviu alguém de alguma entidade ligada ao urbanismo? E isso pode ser feito assim, no tapa? E não tem uma prainha ali, entre os restaurantes Soho e o Amado?
Os moradores da região ganharão o quê com esse monumento ao concreto desconhecido? “Ah, vai valorizar a área”, é a resposta de sempre.
Valorizar pra quem, pra quantos, ô cara pálida? Admitindo-se, só pra sonhar, que a ideia é genial e tudo foi autorizado sem ninguém comer nada, como a área é pública cabe outra pergunta: teve licitação? Não? Por que não?
Ah, notório saber, notórios e específicos objetivos e especialização? Conta outra.
E os que frequentam a praia ali (sim, os lascados também amam o mar e ali tomam banho, batem um baba) farão o quê? Que vão pra Boa Viagem, Ribeira, Barra... ou que se danem?
E o tal Amado (no meio disso tudo, esse nome soa ainda melhor) seguirá restaurante ou se tornará mesmo, ouvi por ai no verão, um prédio de 6 andares? Quem autorizou ainda tá solto? Ainda tá na cidade ou já tá na Florida?
Por fim, mas não por último, o que têm a dizer os moradores da cidade? Estes que, nos ônibus, nas vans ou nos carrões, vivem engarrafados no trânsito, quase sempre com um beatífico sorriso? Nesta nossa terra, de tanta gente com grande e inegável coragem física, mas onde parece predominar certa...cautela moral, digamos assim, qual será a reação?
E nas tais redes sociais, tão acessadas e citadas na última e trepidante campanha eleitoral? Vai rolar algum vídeo com lindo fundo musical... teremos mensagens edificantes, ou aquele silêncio que costuma emudecer quando no horizonte piscam a Grana e o Poder?
Além da retórica, da resistência real, mas episódica e pontual, muito pontual, até quando irão perdurar os efeitos atemorizadores dos três séculos e tanto de chibata?
Por Bob Fernandes: Como dizem na Bahia, e em bom baianês: "Que porra é essa?".
Escrito en
BLOGS
el