Coletivo Graúna presta solidariedade a Dirceu Jenoíno, Delúbio e João Paulo

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Foto: Roberto Parizotti, 15 de novembro, em frente à Polícia Federal

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Do Coletivo Graúna

16/11/2013

"NOTA DE SOLIDARIEDADE AOS COMPANHEIROS JOSÉ DIRCEU, JOSÉ GENOÍNO, DELÚBIO SOARES E JOÃO PAULO CUNHA; E DE REPÚDIO AO JULGAMENTO DE EXCEÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Como Juventude militante do Partido que muda o Brasil, cuja história se confunde com a de nossa democracia e com a construção de uma sociedade mais democrática, humana e justa, não nos conformamos em permanecer calados. Nosso direito a voz hoje se traduz em conquistas alcançadas a sangue e suor contra um regime de ditadura, em que a burguesia e a imprensa patronal deste país foram aliadas táticas a fim de manter seus privilégios de classe, historicamente construídos no país da escravidão. A bem dizer, nos últimos dez anos os Governos encabeçados pelo Partido dos Trabalhadores lograram modificar estruturas de classe que certamente afetaram o ‘equilíbrio’ colonial, traduzindo as lutas históricas do povo brasileiro em oportunidades e esperança de construir as condições materiais para a construção de uma sociedade socialista.

Nesse sentido, nos resta repudiar as tentativas desta mesma elite, que não se conforma com trabalhadores pensando por si mesmos e formando gradativamente sua consciência política em disputar e mudar os rumos deste país, em instrumentalizar as instituições da República para fazer sua política, pois sabedoras das derrotas no processo eleitoral. Uma certeza o campo democrático tem que ter: a judicialização e a criminalização da luta política fazem parte da estrutura de frear o aprofundamento da participação popular, do controle do povo das instituições, e da aquisição da cidadania política das brasileiras e dos brasileiros.

O Coletivo Graúna do PT repudia um julgamento feito sob o viés de uma campanha partidária. Repudiamos a vergonha exposta no STF com a ignorância de princípios e garantias de uma sociedade que se civiliza e confere a todos o direito a um julgamento justo. Repudiamos a vergonhosa e mentirosa cobertura dos mancomunados de uma imprensa venal servidora da Casa-Grande brasileira de um processo judicial, espetacularizando e tentando forjar um consenso sem que haja qualquer espaço para dúvida ou juízo crítico. Que expõe ao ridículo ou mesmo às acusações diretas quem ousa manter uma linha própria e coerente de pensamento. Repudiamos a tentativa de enganar o povo brasileiro, demonstrada pela narrativa única, sem demonstração de provas dos tais ‘fatos’ alegados. Repudiamos a figura autoritária, arrogante e personalista do Presidente da Corte, traduzido em personagem messiânico pela mídia dos patrões, a mesma que editorializa conteúdos racistas em sua programação.

Sabemos da importância das tarefas de seguir adiante. De seguir formulando e construindo cotidianamente nosso programa, nossa ação política e nossa tática. E se temos certezas no que se refere à opção que fizemos em nossas vidas por construir nosso projeto, nosso partido e um Brasil socialmente justo, democrático e soberano; importante colocar que o fizemos sob os ombros de gigantes. Se da estratégia calculamos nossa prática, temos a convicção de que nossos dirigentes, hoje e ontem difamados pela elite, serão sempre nosso norte teórico e nossos mestres na luta política.

Temos a plena convicção que nossa militância terá sempre altivez em disputar a narrativa histórica destes ‘fatos’. Em mostrar às brasileiras e aos brasileiros a farsa que foi um julgamento com cartas marcadas, que não se importou em dar justificativas materiais às falácias que seu bravateiro-mor expeliu. Um julgamento que, sobretudo, resultará em insegurança jurídica e em algumas certezas: que o Judiciário é lugar onde a soberania popular esta menos presente, e que é preciso alterar e disputar estas estruturas e suas composições elitistas que preservam e mascaram interesses de classe e de raça, principalmente no que tange às indicações que ao projeto majoritário democraticamente eleito (ao Executivo) compete. É preciso abrir a porta dos tribunais e a participação de seus tribunos ao povo brasileiro. Pois além do processo político do Legislativo, que tem interesses enviesados pela lógica corrupta do financiamento privado das campanhas, é preciso entender que o Judiciário bloqueia os avanços que conquistamos no campo da política, utilizando o falso argumento da técnica pretensamente imparcial (que na verdade, eivada de interesses obtusos relacionados a classe que pertencem). E o STF se prestou e ainda se presta muitas vezes como veículo que limita o debate democrático de idéias, quando não bloqueia e estigmatiza a luta política.

É preciso aprofundar e avançar a consolidação de estruturas mais perenes a participação popular, como herança histórica que os governos do nosso partido deixarão para o processo civilizatório democrático do Brasil. É preciso, tão urgentemente, efetivar marcos regulatórios mínimos sobre a concentração da propriedade privada dos meios públicos de comunicação, para difundir a diversidade na produção de narrativas, ou garantir mínimas condições materiais de mais brasileiros exercerem seu direito de cidadania e acesso à informação. Avançar sem temer. Avançar sobre aqueles que não têm o compromisso com as melhoras na vida dos brasileiros e brasileiras que mais precisam, nem com a promoção de serviços públicos de qualidade.

O Coletivo Graúna do Partido dos Trabalhadores saúda aqui dirigentes que construíram e formularam a política do nosso partido durante décadas, e que construíram os pilares do processo de redemocratização no Brasil, liderando nosso PT a radicalmente inverter as prioridades políticas do Estado brasileiro, sem derramar uma gota de sangue a não ser sua própria disciplina e vigor militante; promovendo verdadeira revolução pacífica e democrática no nosso país. Saudamos brasileiros que nunca fugiram a luta, mesmo diante de um Estado armado violentamente contra seu próprio povo. Saudamos combatentes que sempre teimaram em realizar os sonhos de emancipação e libertação de cada indivíduo oprimido pela relação de subordinação dada pelo poder econômico. Saudamos homens que sempre mantiveram a coerência com seus princípios e sentimentos. Saudamos militantes que sempre colocaram o interesse de um projeto coletivo e popular de pensar e transformar seu país a frente de quaisquer perspectivas individuais. Saudamos petistas na compreensão dos ensinamentos e desafios que nos legaram na construção de outro país.

Se as elites desse país pensarem que estamos fragilizados, pois deixem que se enganem. Nosso coração, hoje ferido pela farsa e a injustiça com alguns de nossos dirigentes, seguirá pulsante e perseverante na construção do socialismo. Nosso compromisso é de classe. Nosso compromisso com as lutas e bandeiras caras a trajetória do povo brasileiro é definitivo.

Hoje, ontem e sempre, em nossos corações e mentes.

João Paulo Cunha, presente! Delúbio Soares, presente! José Genoíno, presente! José Dirceu, presente!

Coletivo Graúna - PT"