Governo Obama prejudicou relação entre fontes e a imprensa, aponta relatório

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Relatório da CPJ aponta prejuízos à liberdade de imprensa nos EUA no governo Obama

Redação Portal IMPRENSA

11/10/2013 O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) apontou, em seu primeiro relatório sobre a liberdade de imprensa nos EUA durante a presidência de Obama,  que aumentaram as reservas dos funcionários públicos em falar com a imprensa. Administrado por Leonard Downie Jr, ex-diretor executivo do Washington Post, os dados apresentam um número nunca antes indicados de processos de fontes do governo e de apropriações de materiais jornalísticos.

Crédito:Agência Brasil Governo Obama prejudicou relação entre fontes e a imprensa, aponta relatório

“Os agressivos processos judiciais de informantes de material classificado (como secreto) e uma vigilância eletrônica generalizada estão dissuadindo as fontes governamentais de falar com os jornalistas”, afirma o documento. A investigação de suspeitos informantes conta com testes de polígrafo (detector de mentiras) e quebra de sigilo de telefonemas e e-mails.

De acordo com a Zero Hora, em comparação com três em todas as administrações anteriores nos EUA, seis funcionários do governo, além de dois prestadores de serviços incluindo Edward Snowden, foram alvo de processos criminais desde 2009 sob a Lei de Espionagem de 1917, por vazar informações para a imprensa.

Registros de telefones e e-mails de repórteres foram secretamente confiscados e monitorados em duas das investigações. A Casa Branca desenvolveu uma rede própria de websites, mídia social e criou um noticiário on-line para publicar informações favoráveis.

A espionagem prejudicou a proteção das fontes pelos jornalistas. “Eu me preocupo agora em ligar para alguém, pois o contato pode ser encontrado através de uma verificação de registros de ligações telefônicas ou de e-mails”, revela o jornalista R. Jeffrey Smith, do Centro para a Integridade Pública.

Downie, autor do relatório, destaca: “a guerra do governo aos vazamentos e outros esforços para controlar as informações são os mais agressivos que eu vi desde a administração Richard Nixon, quando era um dos editores envolvidos na investigação do caso Watergate no Washington Post”.

O secretário da Imprensa, Jay Carney, disse que as críticas fazem parte da crise natural entre a Casa Branca e os meios de comunicação. O relatório sugere também várias reformas, como o fim de acusações de espionagem contra as pessoas que vazam dados a jornalistas e prevenção de intimações de material jornalístico.