______________ Publicidade // //Comentário Bob Fernandes
O deputado João Paulo Cunha foi condenado. Os votos dos ministros Cesar Peluso e Gilmar Mendes selaram o destino do ex-presidente da Câmara dos Deputados. A reação foi imediata.
À repórter Marina Dias, da revista Terra Magazine, aliados de João Paulo cobraram sua renúncia ainda nesta quarta-feira. Renúncia à candidatura a prefeito de Osasco. Um dos aliados disse que já há 10 dias o deputado não aparece no comitê de campanha.
A condenação do ex-presidente da Câmara indica uma óbvia tendência do Supremo Tribunal. Tendência por condenações de réus do chamado mensalão. Enquanto no Supremo segue o julgamento, arrasta-se no Congresso a CPI do Cachoeira.
O experiente senador Pedro Simon assim definiu em que pé anda a CPI: "Depois dos partidos terem feitos acordos (de até onde e a quem irão investigar) agora são facções dos próprios partidos que precisam fazer acordos".
Simon referia-se a indiretas do ex-diretor da Dersa no governo Serra, o engenheiro Paulo Vieira de Souza, a quem apelidaram de "Paulo Preto". Paulo, rodado no setor, saiu-se bem no depoimento à CPI. Mas não o suficiente para acabar com as dúvidas quanto a aditivos das obras do Rodoanel e da marginal do Rio Tietê.
Paulo Souza deu indiretas para os que um dia pensaram em "abandonar um líder ferido à beira da estrada", mas só escorregou mesmo diante de uma pergunta. Confrontado com uma entrevista sua, onde dizia ter ido para a Dersa porque o "mercado (as empreiteiras) queria fazer a marginal" Tietê, Paulo confirmou a entrevista.
Isso é grave. Tão grave quanto Pagot, o ex-diretor do DNIT, ter confirmado o pedido feito a empreiteiras, em 2010, de doações para a campanha de Dilma Roussef. Não importa se as doações foram legais, como afirmou Pagot. O pedido em si já é grave.
A CPI sinaliza acordos, o Supremo sinaliza condenações. Hora de pensar no futuro. O relator do caso mensalão, ministro Joaquim Barbosa, já pensa no futuro. Disse ele à colunista Mônica Bergamo estar "atento" ao que se chama "mensalão mineiro", que envolve líderes do PSDB. Processo que também o tem como relator. O ministro diz que o risco de "prescrição" do "mensalão mineiro" é maior do que era o do "mensalão petista".
Joaquim Barbosa, justamente festejado por seu trabalho, disse a interlocutores, e a colunista publicou, que no caso petista tudo sempre foi aprovado por unanimidade no STF. Mas, disse também e relata a colunista, que tem encontrado "dificuldades" para fazer andar no STF o caso do "mensalão do PSDB".
Disse ainda Joaquim Barbosa que quando provocado por repórteres a falar do "mensalão petista", ele pergunta: "E sobre o outro mensalão, vocês não vão perguntar nada?" Segundo Barbosa, a resposta são "sorrisos amarelos". Encerra o festejado ministro Joaquim Barbosa: "A imprensa nunca deu bola para o mensalão mineiro".
Ministro Joaquim Barbosa: "A imprensa nunca deu bola para o mensalão mineiro"
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O mensalão mineiro é bem mais antigo, é de 1998, é de fato um mensalão e corre risco de prescrever, STF vai deixar?