Sei que há pesquisadores sérios que questionam os 10% do PIB. No central eles argumentam que se a sociedade civil aprendesse a fiscalizar, muitos dos recursos desviados poderiam ser aplicados na educação de maneira eficiente. Para eles, os governos podem repassar 50% do PIB para educação, mas com má gestão e desvios a educação continuará de má qualidade. Mas independente dos argumentos econômicos, de orçamento, responsabilidade fiscal etc que este governo apresente, nada pode melhorar tanta inabilidade ao lidar com o tema da educação e seus impasses como o tratamento dado a greve nas federais e agora fazendo seus deputados e aliados passarem este vexame de entrar com recurso contra o PNE que estabelece 10% do PIB para a educação
Apresentado recurso contra o PNE e contra a educação pública nacional
10/08/2012
Relação dos deputados que assinaram o recurso contra o PNE e contra a educação pública nacionalA Mesa Diretora da Câmara dos Deputados recebeu o Recurso 162/ 2012 ao Projeto de Lei 8035/ 2010, que trata do Plano Nacional de Educação, nesta quinta-feira, 9 de agosto, às 18h30. A lista de assinaturas somente hoje foi tornada pública após validação pela Secretaria da Mesa.
No recurso, o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT/ SP), questiona o caráter terminativo concedido ao PNE na Comissão Especial. Em outras palavras, não concorda que o assunto tenha sido discutido apenas na Comissão. Entretanto, vale lembrar que, no início de 2011, o governo defendeu a tramitação do PNE pela Comissão Especial e não pela Comissão de Educação. Por que, então, o questionamento agora?
Processo de tramitação
Para o recurso ser válido, a aceitação do pedido deverá ser votada em Plenário. Para ser aceito, precisará da aprovação da maioria simples dos deputados: metade mais um dos presentes, não importando o número de deputados votantes no momento.
O próximo passo do processo é a colocação do Projeto de Lei em votação. Para isso, seguirá o caminho comum a qualquer outro Projeto de Lei. Para entrar em pauta, dependerá, exclusivamente, do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT/ RS). E também como qualquer outro projeto poderá sofrer alterações das mais diversas formas. Pode, por exemplo, perder todas as mudanças conquistadas na Comissão Especial.
Não existe um prazo regimental tanto para a aprovação do recebimento quanto da votação do teor do Projeto de Lei. Mais uma vez dependerá da presidência da Câmara.
Significa dizer que após 18 meses de tramitação na Câmara dos Deputados, debates, audiências, o PNE poderá ficar parado indefinidamente no plenário da Câmara. Além disso, todos os 513 deputados poderão, novamente, propor emendas. Novamente, sim, pois todos os deputados já puderam contribuir com o PNE na primeira fase do relatório, quando foram apresentadas 2915 emendas. Ou seja, estão retrocedendo e desconsiderando todo o trabalho de análise feito na Comissão Especial.
Mobilização já!
A Undime conclama todos os dirigentes municipais de educação e educadores para novamente se mobilizarem na defesa da educação pública nacional. Não é possível ficar mais um ano sem o Plano Nacional de Educação. O espaço para debater o PNE agora é o Senado Federal. É necessário expor nossos argumentos para os deputados que assinaram o recurso e convencê-los a retirarem o apoio.
_____________ Publicidade // //Clique aqui para acessar o texto do recurso contra o PNE e contra a educação nacional. Clique aqui para acessar a relação oficial das assinaturas dos deputados que apoiaram o recurso. Clique aqui para acessar a relação organizada por estado e por partido, com os contatos eletrônicos dos deputados. Clique aqui para acessar a Nota Pública do Fórum Nacional de Educação contrária à apresentação do recurso.
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