VTNC: “Vamos Torcer Na tua Cara”

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SALVEM OS NÃO CORINTIANOS

Por Carlos Emilio, no Facebook

04/07/2012

A PAIXÃO Paixão: sentimento, gosto ou amor intensos a ponto de ofuscar a razão; grande entusiasmo por alguma coisa. [...] Do Dicionário Hoauiss.

É isso aí acima que os corintianos sentem pelo seu time. Talvez com algum ingrediente indefinível que torna esta uma paixão particular, algo que a distingue da paixão pelo/a companheiro/a, pela arte, pela cerveja, pela política, por pescaria, pela vida... De forma que é mister criar uma expressão para definir esse sentimento particular: “paixão corintiana”, como se fosse um substantivo composto, com dois elementos inseparáveis quando se quer definir esse tipo específico de sentimento dos corintianos pelo seu time. Os sujeitos dessa paixão: milhões de pessoas de todas os matizes, perfis, vivências. O objeto dessa paixão: um time de futebol e tudo que o cerca. Os sujeitos, os apaixonados, entram em equalização num único ritmo quando se trata do time. Todos priorizando um time – que nunca é só “Corinthians”, mas é acompanhado dos mais diversos adjetivos, por conta da impossibilidade de apreender a grandeza do conceito. Os adjetivos ajudam a tornar mais palpável, menos distante, esse sentimento abstrato, que invade corações e mentes dos torcedores do time. Em poucas palavras, é assim que eu – que não torço pra time algum – enxergo a paixão corinthiana.

OS INCONFORMADOS QUE VIRAM CHATOS Em dia de jogo do Corínthians – também conhecido mais intimamente como Curíntia – os apaixonados se deixam levar pela paixão. Os não corintianos, em sua maioria, pela sensibilidade do cotovelo e por uma lógica travestida de correção politica que só funciona quando se trata de detonar os corintianos. Não é inveja, não! É a certeza de que para pertencer àquela nação é preciso alguma coisa a mais que o não corintiano não tem. Não tem, não tem como adquirir, não se vende em canto algum, não se aluga, não pode ser fingido. Ponto. Ou se é, integralmente, ou não se é corintiano. Daí que os inconformados, por não pertencerem à legião, viram chatos. E começam a desenvolver teorias que se aplicariam também a seu comportamento de torcedores, mas que, em momentos-chave, servem apenas para deslegitimar a torcida corintiana: “Neguinho deixa o filho sem comer para ir ao jogo!”. “Carinha falta no trampo pra não perder o início da partida.” “Cara deixa de mijar três horas pra não perder uma absolutamente impossível antecipação do segundo tempo”.... E daí? Daí parte-se para a generalização: que futebol é circo e basta isso pra alegrar o povo, que são um bando de idiotas (note: só os corintianos), que isso, que aquilo. Pior: tudo isso, segundo os chatos, só aconteceria no Brasil, quando o mínimo de pesquisa mostraria que no mundo inteiro onde existe futebol a paixão é a mesma. É o que esse esporte costuma despertar e nenhuma legião de chatos vai mudar isso. O chato é o que insiste, que se amargura ao ver a alegria alheia, que joga papel no chão todo dia mas que no dia do jogo do Curíntia vai verificar se havia um cuspe na Avenida, pra poder esbravejar: “Tá vendo! Cuspe de corintiano!”.

ABAIXO A URUCA: AMULETO-PALAVRÃO Se eu fosse corintiano, pra afastar a uruca, criaria uma brigada com o nome de “Vamos Torcer Na tua Cara”, cuja sigla fosse VTNC – que permitiria também a leitura “Vai Tomar no Cu”. E, gloriosamente, mostraria para os chatos cartazes com um enorme VTNC.

Salve o Corinthians!

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