Depois que a Universidade Tecnológica Federal do Paraná elaborou uma prova de concurso público para trabalhadores de limpeza urbana utilizando Michel Teló, novelas globais e bordões de Zorra Total, recebo de Ismael Silva uma imagem de outdoor de uma das peças da campanha do vestibular da UFSJ/2012.
Nesta peça publicitária o mote é o de que "toda história precisa de evolução". De fato, os 'historiadores piram' como diz a intervenção na foto publicada no facebook. Há tempos os historiadores questionam essa visão teleológica da história como se ela pudesse ser reduzida a uma linha evolutiva em direção ao progresso.
Outra peça publicitária da mesma campanha reafirma o mote de "toda história precisa de evolução":
Como se a visão teleológica do mote da campanha não bastasse nesta peça publicitária a ideia de sujeitos históricos e de mudanças na história são de um simplismo reducionista que atribui à Princesa Isabel e à Lei Áurea a igualdade! Pelo visto os publicitários da campanha nunca ouviram falar na luta pela aprovação da PEC do Trabalho Escravo; de toda a batalha no STF pela aprovação das cotas raciais nas universidades...
Com a palavra os historiadores da UFSJ, afinal Minas Gerais tem excelentes especialistas na história da escravidão na América Portuguesa e Brasil Imperial e também sobre o pós-abolição.
Há uma infinidade de trabalhos acadêmicos que nos mostram que nem a abolição da escravatura no Brasil resultou em igualdade, tampouco dependeu unicamente da princesa Isabel pôr um fim (mesmo que apenas institucional) em cerca de 350 anos de escravidão.
E tem gente que ainda não entende a importância da 10639/03 e a necessidade de cotas nas universidades...
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