PEC do Trabalho Escravo: Parlamento de coronéis, atitudes de jagunços

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Em um país civilizado onde a Constituição é realmente respeitada, este senhor sequer seria eleito e se eleito seria cassado. Como um deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) pode dizer "que pode até matar alguém em sua propriedade que não irá preso". Como outro deputado pode chegar neste nível de cinismo, impunemente? Para ruralista, deputados também são submetidos a trabalho degradante.

Já que temos um Congresso cuja maioria só defende seus próprios interesses vis, espero imensamente que aprendamos a votar, só assim evitaremos essas coisas no Parlamento.

Deputado entende que pedaço de terra vale mais que a vida

Nelson Marquezelli (PTB-SP) afirma ainda que pode até matar alguém em sua propriedade que não irá preso

Por: Redação da Rede Brasil Atual 09/05/2012, 20:00

São Paulo – O deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) afirmou hoje (9) que sua propriedade vale mais que a vida humana. Durante os debates sobre a Proposta de Emenda à Constituição 438, de 2001, a chamada PEC do Trabalho Escravo, Nelson afirmou ser inconcebível votar a matéria, que destina a reforma agrária a terra na qual seja flagrada a utilização de mão de obra escrava.

“Se eu, na minha propriedade, matar alguém, tenho direito a defesa. Se tiver bom advogado, não vou nem preso. Mas se der a um funcionário um trabalho que será visto como trabalho escravo, minha esposa e meus herdeiros vão ficar sem um imóvel. É uma penalidade muito maior do que tirar a vida de alguém. A espinha dorsal da Constituição brasileira é o direito à propriedade”, afirmou o deputado, considerando um “crime” a apreciação da PEC.

Marquezelli foi repreendido por alguns de seus pares. “A dignidade dos seres humanos vale mais do que o patrimônio e as coisas móveis”, lamentou Fabio Trad (PMDB-MS). Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) acrescentou que a PEC do Trabalho Escravo está há quase oito anos aguardando por votação, mas ainda enfrenta este tipo de discurso. “Nossa escolha é dizermos se reconhecemos ou não a situação análoga ao trabalho escravo”, apontou. “O que está em discussão é dizer o que é correto fazer com a propriedade que tem em sua extensão de terra trabalhadores em situação análoga à escravidão.”

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