Novo texto no Blog da Mulher:
O que precisa de uma ampla faxina é a linguagem sexista da mídia velha
Por Conceição Oliveira do Blog Maria Frô, twitter: @maria_fro
06/08/2011
Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso, seja homem ou mulher, hetero, homo ou trans deve estar tão incomodada quanto eu ao ler matérias na mídia institucional sobre o governo Dilma e se deparar com a continuidade da linguagem sexista que destacamos tantas vezes neste e outros blogs durante a campanha eleitoral de 2010 (veja, por exemplo, aqui e aqui, no item: Da Esquerda à Direita os ‘companheiros’ se esmeram no sexismo).
Confesso a vocês que ando bastante cansada de voltar ao tema, as crianças aprendem rápido, jornalistas sexistas (sejam homens ou mulheres) parecem nunca querer aprender.
Ao ler as declarações de Jobim em várias de suas entrevistas, além do tratamento desrespeitoso dado à presidenta e que na revista Piauí foi estendido a duas ministras de Estado, automaticamente, perguntamos: e se fosse um presidente e dois ministros de Estado, Jobim teria coragem de fazer tais declarações? Certamente que não. Porém essas declarações descabidas para um ministro de Estado são vistas como‘deslizes verbais‘ pelos jornalões.
O Editorial da Folha é um primor em destacar os méritos de Jobim e diminuir o impacto de suas declarações grosseiras. Para a Folha Jobim foi o responsável em refrear a anarquia, um sujeito detentor de ‘notável habilidade‘, ‘prestígio‘, ‘o mais eficiente ocupante civil da Defesa‘, teve ‘dedicado engajamento‘ em prol do reaparelhamento das Forças Armadas e da criação da Estratégia Nacional de Defesa; lutou pela construção de um submarino de propulsão nuclear. Até mesmo a‘empáfia’ de Jobim é positiva, responsável por sua ‘bem-sucedida carreira‘.
Por outro lado os mesmos jornalões não se cansam de diminuir as ações da presidenta Dilma: a escolha de Celso Amorim não foi decisão dela: “Amorim é um homem de Lula” e ponto final, para os jornalões a presidenta ainda é um ‘poste’, sem poder de escolhas decisórias.
Limongi em entrevista no Valor, sintetiza bem a má vontade da mídia em relação à política praticada por Dilma Rousseff, destaco um trecho, mas vale a leitura integral: “As demissões nos Transportes vão na mesma direção, muito menos panos quentes do que normalmente se coloca nessas questões. O curioso é que quando ela compõe é porque está sendo conivente. Quando enfrenta é porque não tem jogo de cintura.”
É incrível como nessas matérias sobre a ‘faxina’ da presidenta vista como ‘dona de casa’ há um rotundo silêncio para o fato de que as demissões no Ministério dos Transportes foram deflagradas por iniciativa de uma das ministras de Estado. Foi Miriam Belchior, ministra da Pasta do Planejamento, que comunicou à presidenta sobre as irregularidades nas contas do DNIT, Dilma ordenou investigação e tomou providências. Desde então, o termo ‘faxina’ foi escolhido por unanimidade nos jornalões e sites da mídia institucional e até mesmo nas escorregadelas de blogueiros progressistas. Independente do/a jornalista, colunista, a imagem de dona de casa com vassoura, escovão e lenço na cabeça é soberana no imaginário dessa gente:
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