Marx Xavier, morto por respeitar as diferenças, assassinado porque não era homofóbico

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Recebi um mail desesperado do pai de Marx Nunes, jovem assassinado na Paraíba por respeitar as diferenças e defender um jovem gay de agressão.

Não vou publicar o seu mail, mas o encaminharei para os representantes público cobrando providências e espero que os leitores deste blog façam o mesmo: cobrem das autoridades Justiça.

O jovem Marx Xavier.

Assassino de Marx Xavier está sendo investigado por participação em mais oito homicídios

Por Priscylla Meira, da redação do Jornal O Norte

10/08/2011

O rapaz acusado de ter assassinado na madrugada de segunda-feira, dia 8, o jovem Marx Nunes Xavier, de 25 anos, vem sendo investigado pela Polícia Civil por envolvimento em outros oito homicídios. De acordo com uma fonte oficial que trabalha na Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social, mas que preferiu não ser identificada, Aluízio Henrique Silva Cordeiro de Lucena, que completou 20 anos no último dia 31, é suspeito de ter participado do duplo assassinato de um casal na orla do Bessa, na madrugada de 15 de julho.

O delegado responsável pelo inquérito policial sobre o caso, Erilberto Antônio, não confirmou as informações e preferiu não confirmar o nome do acusado de ter assassinado Marx com um tiro no pescoço, mas afirmou que a polícia está em perseguição para localizar o rapaz, que ainda está foragido. "Sabemos que é o rapaz faz parte de uma família notória, mas não vamos divulgar informações sobre ele para não atrapalhar as investigações. O que posso dizer é que as diligências continuam e como até o momento ele não se apresentou, nem foi localizado pela polícia nos lugares que costuma frequentar, ele está na situação de foragido", informou.

Enquanto a polícia realizava diligências na manhã de terça-feira, dia 9, para tentar localizar o acusado do crime, familiares velavam na Central Morada da Paz o corpo de Marx Nunes Xavier, que era conhecido entre os amigos como “Gordo Marx”. O clima era de comoção e revolta de alguns parentes, como o pai do jovem, Pedro Inácio Pessoa Xavier, de 50 anos, que não se conforma com a maneira como o filho foi assassinado.

Ainda na manhã de terça-feira, dia 9, o Movimento do Espírito Lilás (MEL) emitiu uma nota pública declarando o sentimento de luto da entidade pela morte de Marx Nunes, que teria tentado apartar uma briga entre Aluízio Henrique Lucena e colegas que estavam com ele e dois homossexuais que dançavam com algumas amigas na portaria de um bar, na Praia do Jacaré.

"Marx foi um jovem heterossexual que demonstrou respeitar as diferenças das minorias, ao proteger um homossexual de dois agressores. Queremos, desta maneira, homenagear Max Nunes Xavier, em nome da comunidade LGBT da Paraíba, pela sua nobre atitude de respeito para com as minorias. Lamentamos profundamente seu assassinato e cobramos da Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social uma política efetiva de segurança que garanta a proteção da comunidade LGBT, evitando que tantos heterossexuais como homossexuais sofram violências por causa do sentimento homofóbico no nosso Estado", traz a nota.

Mãe de acusado diz que filho vai se apresentar

A família de Aluízio Henrique Silva Cordeiro de Lucena, acusado de assassinar a tiros o jovem Marx Nunes Xavier, informou que o rapaz vai se apresentar à polícia para relatar sua versão sobre o crime, mas não deu qualquer previsão para que isso aconteça. Por telefone, a mãe do acusado, a advogada criminalista Cynthia Cordeiro, disse que seu filho não foi o autor do crime que vitimou Marx, ao mesmo tentou que alegava que o homicídio não teria sido provocado por uma causa homofóbica.

"Meu filho vai se apresentar na hora certa. Tudo está sendo feito de acordo com a lei. O que tenho a dizer é que não foi ele quem praticou esse crime", garantiu Cynthia, que não justificou porque Aluísio ainda não se apresentou para dar sua versão sobre o fato. "Estão falando por aí que o crime teria sido motivado por uma causa homofóbica, mas isso não é verdade. Sou membro do Conselho Homoafetivo da OAB-PB e meus filhos foram criados com a consciência de que todos são iguais. Temos vários amigos gays e meus filhos são muito esclarecidos sobre a questão da diversidade sexual", acrescentou a advogada que, em setembro do ano passado, atuou em favor da permissão para presidiários homossexuais terem direito à visita íntima de seus companheiros em todo o sistema penitenciário da Paraíba.

O delegado Erilberto Antônio, que está investigando o assassinato de Marx Nunes, fez um apelo para que o acusado do crime se apresente à polícia para relatar sua versão sobre os fatos. "Nosso apelo é para que a família não o acoberte e para que ele se apresente à polícia, para evitar o constrangimento de ser preso através de um mandado de prisão preventiva", reforçou o delegado.

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