Manifestação defende aprovação de agenda da classe trabalhadora Por Igor Felippe Santos, Da Página do MST 6 de julho de 2011(Foto- Paula Brandão/ Página da CUT)
____________ Publicidade // //O MST participou de manifestação organizada pelo movimento sindical, ligado à Central Única dos Trabalhadores, Marcha Mundial das Mulheres e Central dos Movimentos Populares (CMP), no centro de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (6/7).
O protesto reuniu mais de 10.000 pessoas, que fizeram uma marcha da Praça da Sé até a Praça Patriarca. As organizações apresentaram uma plataforma política voltada à sociedade brasileira, ao Congresso Nacional e ao governo federal, com um conjunto de propostas que beneficiam os trabalhadores do campo e da cidade.
Uma das reivindicações da mobilização foi a realização da Reforma Agrária.“Queremos que o governo Dilma reafirme o compromisso de assentar todas as famílias acampadas”, cobrou João Paulo Rodrigues, da Coordenação Nacional do MST.
“Os governos são importantes, mas passam. O que fica são os movimentos sociais, os partidos políticos, os sindicatos e as centrais sindicais”, afirmou o dirigente do MST. Ele convidou o movimento sindical para entrar na luta contra os agrotóxicos e contra o agronegócio.
Os manifestantes cobraram também ganhos reais e cláusulas sociais nas campanhas salariais do 2º semestre, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário e que seja destinado à educação pública 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Vamos fazer a maior campanha salarial no 2º semestre”, afirmou o Secretário Nacional de Administração e Finanças da CUT, Vagner Freitas. “O ato se dá em torno de uma pauta. É um somatório de esforços e lutas”, disse.
Freitas criticou as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que sinalizou que os trabalhadores não poderão ter aumentos reais nas campanhas do 2º semestre para evitar o descontrole da inflação.
O dirigente da CUT sustentou que um salário maior não causa inflação, mas aumenta o consumo e dinamiza a economia. “Aumento real do salário é bom para o Brasil”.
Freitas afirmou que, desde o começo do governo da presidenta Dilma, avançou a agenda conservadora derrotada das eleições de 2010, baseada no aumentos dos juros (taxa Selic), no corte de investimentos e nas privatizações.
“Esse governo é de coalizão e temos que empurrá-lo para a esquerda”, avaliou. “A nossa disputa é com a agenda conservadora daqueles que perderam as eleições”.
"A bandeira da Reforma Agrária está no DNA da CUT", afirmou Vagner Freitas
Para ele, parte dos partidos que integram a base do governo, como o PMDB, não aceita a agenda da classe trabalhadora. Ele deu como exemplo do conservadorismo do Congresso Nacional a aprovação do relatório que flexibiliza o Código Florestal na Câmara dos Deputados.
“A redução da jornada de trabalho beneficiará principalmente as mulheres”, disse Maria Fernanda, da Marcha das Mulheres. Ela afirmou que com a redução da jornada as mulheres terão mais tempo livre, uma vez que são responsabilizadas pelo trabalho doméstico, como cuidas dos filhos, lavar e cozinhar.
Raimundo Bonfim, da coordenação da Central dos Movimentos Populares, também pediu a redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário e da precarização do trabalho. “É só o começo de uma grande rearticulação dos movimentos sociais”, acredita.
Abaixo, conheça as linhas gerais da agenda da classe trabalhadora para a sociedade brasileira:
* Ganhos reais e cláusulas sociais nas campanhas salariais do 2º semestre.
* Redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário.
* Liberdade e autonomia sindical, para os trabalhadores decidirem como e quando financiar seu sindicato.
* Combate às práticas antissindicais. Fim do Imposto Sindical.
* Fim do Fator Previdenciário.
* Combate à precarização e à terceirização.
* Menos impostos para quem vive apenas do salário ou da aposentadoria.
* Todos os direitos trabalhistas para quem é terceirizado.
* Reforma agrária.
* PEC do Trabalho Escravo.
* Luta contra os agrotóxicos e modelo agrário atual.
* Aprovação do Plano Nacional de Educação em 2011.
* Educação no campo.
* Melhores aumentos para todas as aposentadorias.
* Proibição de as empresas darem dinheiro para candidatos a cargos públicos.
* Investir 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em educação pública.
* Fim da violência na área rural e nas florestas.
* Não privatização dos aeroportos.