No twitter já fui acusada de demagogia por vários twitteiros de 'esquerda' ao denunciar as mortes no campo e associá-las ao contexto da aprovação do votação do código florestal que fortalece a bancada ruralista. Curioso é constatar que este é o mesmo argumento dos ruralistas.
__________ Publicidade //Para ruralistas, assassinato no campo é crime comum e acusam 'oportunismo'
Do site do IHU/Unisinos
3/6/2011
Parlamentares ruralistas classificaram de "oportunismo" o tratamento dado por ambientalistas às mortes de trabalhadores e líderes camponeses na Amazônia nas últimas semanas. Para a senadora Kátia Abreu (TO) e o deputado federal Moreira Mendes(PPS-RO), os assassinatos são crimes comuns, sem relação com denúncias de irregularidades ambientais na região.
"Isso é oportunismo. É querer usar uma situação trágica, que é inaceitável para todos nós, e culpar uma lei ambiental ou um Código Florestal. Tenhamos paciência!", exclamou Kátia, presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
A reportagem é de Bruno Boghossian e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 03-06-2011.
Segundo a senadora, a violência no campo é resultado de invasões de propriedades privadas. "É lamentável que estejamos diante de uma situação como essa, mas no Brasil a segurança pública tem sido um problema nacional", avaliou. "A CNA já pediu ao Ministério da Justiça um plano de combate às invasões de terra para conter a violência no campo, mas nada foi feito."
O deputado Moreira Mendes, líder da bancada ruralista, foi além: afirmou que a atenção dada às mortes dos camponeses é uma estratégia do governo para abafar a crise envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.
"Há uma tentativa de confundir a opinião pública, exatamente por conta dessa história do Palocci", declarou. "Assassinatos ocorrem todos os dias em todos os lugares do Brasil, com velocidade até muito maior."
Engajados na aprovação das alterações do Código Florestal, em tramitação no Congresso, os parlamentares cobraram rapidez na votação do texto no Senado - rejeitando o prazo de 180 dias pedido pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).