Bahia e os sem terras: Ministério Público pra que mesmo?

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Todas a sociedade civil organizada que luta por justiça social no Brasil relembrou os 15 anos do Massacre de Carajás. E pela manhã me deparo com essa notícia do Correio.

Eu fico tão impressionada diante de um Ministério Público com este discurso pra justificar sua total falta de empatia com o maior movimento social do Brasil que é melhor eu apenas destacar a matéria para que os leitores tirem suas conclusões.

Integrantes do Movimento Sem Terra em caminhada no 18/04 pela avenida Paralela e pararam na frente da governadoria, pedindo uma audiência com o governador para tratar de melhorias para a agricultura familiar. Foto: Antonio Saturnino.

MP investiga gastos do governo com ocupação do MST na Seagri Sobre o investimento a promotora completa: “Já instauramos um procedimento para analise de documentos” Redação CORREIO

18/04/2011

O Ministério Público da Bahia irá investigar os gastos do governo com a ocupação do Movimento dos Sem-Terra (MST) na Secretaria de Agricultura (Seagri), no Centro Administrativo do Governo da Bahia (CAB). Segundo informações da TV Bahia, em oito dias de acampamento o governo tem fornecido aos trabalhadores, lonas, banheiros químicos e alimentação, gastando cerca de R$40 mil reais.

Segundo a promotora Rita Tourinho, o governo não pode privilegiar apenas um movimento social, “a função dele (governo), é atender o coletivo e  não pode se desvirtuar do atendimento da coletividade como um todo”. Sobre o investimento a promotora completa: “Já instauramos um procedimento, pedimos todos os processos referentes à situação".

Para o coordenador do MST na Bahia, Márcio Matos, “é extremamente natural a secretaria disponibilizar uma estrutura mínima para que os trabalhadores aguardem as negociações com o governo”. Para a Seagri, era necessário assegurar "as condições dignas de alimentação e higiene" e não houve ilegalidade porque a Procuradoria Geral aprovou a liberação da verba.

As ocupações do movimento marcam o Abril Vermelho, campanha anual que lembra o dia do massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 integrantes do MST foram mortos por policiais militares em uma fazenda da cidade paraense em 1996. De acordo com Márcio Matos, coordenador do MST na Bahia, o outro objetivo do movimento é “cobrar do governo federal e estadual medidas ou melhorias sobre a reforma agrária”.