Hoje me emocionei muito ao ler a belíssima reportagem de Fabiana Moraes, publicada no Jornal do Comércio. Por isso compartilho com vocês, nesses tempos tão sombrios de preconceitos de todas as ordens e recrudescimento da homofobia.
Peço também para aqueles que se solidarizarem com a história de Joicy que contribuam para que ela possa comprar os remédios e ter sua plena recuperação em sua nova trajetória como mulher.
Para ajudá-la, deposite qualquer quantia na AG 0775, Conta Corrente: 5836-3, OP 023 (Caixa ou loteria) OP porque é uma conta Bolsa Família.
O nascimento de Joicy Por Fabiana Moraes, no especial do JCOnlineApresentação
Joicy Melo da Silva nasceu no dia 22 de novembro de 2010, às 12h30. Pesava 74 quilos e media 1,63 de altura. Naquele dia, mais sete partos foram realizados no Hospital das Clínicas, na Cidade Universitária, Recife. O de Joicy foi sem dúvida o mais complicado de todos: durou quase sete anos e envolveu uma série de especialistas. Três deles estavam no exato momento no qual ela veio ao mundo. O primeiro a chegar ao bloco cirúrgico saiu de casa às 7h, sem tomar café da manhã. Sabia que, como médico, tinha que mudar tal hábito. Outro atravessou entre aborrecido e resignado o engarrafamento de todos os dias. Havia sempre uma multidão de carros entre sua casa na zona norte e o hospital onde, no saguão, sempre há alguém desesperado. O último, que mora perto do mar, visitou a paciente um dia antes. Tinha que conferir se ela realmente estava bem para vir ao Quando Joicy nasceu, morreu João Batista, 51 anos, filho de Irene (83, viva) e Eupídio Luiz (77, enterrado). Foram os dois que ensinaram o garoto a plantar milho, mandioca, feijão. Moravam na caatinga, no Campo do Magé, área rural de Alagoinha (13.761 habitantes, 225 quilômetros da capital). Não poderiam prever que, décadas depois, o filho iria usar esmalte cor rosa pitanga e sofrer por um um rapaz enquanto ouvia música de novela. Não sabiam que ali na roça quem os ajudava era uma menina. Aí chamavam por João. João que sempre foi muito zeloso, João que nunca deu trabalho, João que até plantou um jardim ao lado da casa. Só para eles esse menino deixou saudade: há tempos Joicy sabia que ele existia apenas aparentemente. Foi por isso que decidiu, apesar do olhar triste e reprovador da mãe, findar com ele. Um dia, deitou-se em uma maca e dormiu. Ali matou João. Ali nasceu Joicy. Sua história, acompanhada durante cinco meses, começa a ser contada hoje nesta reportagem especial publicada até a próxima terça-feira (13).
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