Brasil inicia cursos de graduação a distância em Moçambique

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Nota do Maria Frô: Mais um dos sonhos e compromissos do presidente Lula no seu empenho pessoal em reconstruir as relações do Brasil com países do continente africano acaba de ser posto em prática: hoje, iniciou em Moçambique as aulas dos quatro primeiros cursos de graduação a distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB) oferecidos na África .

Tomara que também tenha tido investimento em banda larga. Enquanto a telefonia celular em todo o continente africano está bem a frente do Brasil (na maioria dos países africanos os aparelhos são bons e baratos, tem até com bateria solar; custos de ligações baixíssimos se comparados aos nossos e áreas de cobertura impressionantemente amplas) a internet em vários países africanos, até mesmo na África do Sul é ruim. A conexão a cabo dependem de outros países, é lenta e cara. Há um ano em Moçambique deixava muito a desejar em termos de internet.

Universidades brasileiras iniciam cursos de graduação em Moçambique

Do Blog do Planalto

14/03/2011

As cidades de Maputo, Beira e Lichinga, em Moçambique, marcam o início, nesta segunda-feira (14/3), das aulas dos quatro primeiros cursos de graduação a distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB) oferecidos na África. A iniciativa do governo brasileiro atende a um dos dispositivos do Acordo de Cooperação Cultural celebrado entre os dois países.

Ingressam na formação 630 estudantes. A graduação em pedagogia e as licenciaturas de matemática e biologia têm 180 vagas por curso e administração pública, 90 vagas. O governo de Moçambique distribuiu as vagas de forma igualitária entre a capital, Maputo, e as cidades de Beira, que fica a 1.200 quilômetros de distância, e Lichinga, na região noroeste e a 2 mil quilômetros de Maputo.

Segundo o Ministério da Educação do Brasil, a graduação de professores e a qualificação de quadros técnicos do governo de Moçambique serão feitas pelas universidades federais de Juiz de Fora (UFJF), de Goiás (UFG), Fluminense (UFF) e do Rio de Janeiro (Unirio), filiadas à Universidade Aberta do Brasil e integrantes do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) do Ministério da Educação.

De acordo com dados da Assessoria Internacional do MEC, 20 professores das quatro universidades e 20 educadores indicados pelo governo de Moçambique vão trabalhar no desenvolvimento desses cursos durante quatro anos. Os estudantes terão à disposição acompanhamento de tutores presenciais nos polos e a distância, material didático impresso e recursos multimídias.

Até o próximo sábado, uma equipe de coordenadores dos cursos das universidades federais de Juiz de Fora, Goiás, Fluminense e do Rio de Janeiro, da UAB e técnicos em informática e de laboratórios farão reuniões em Maputo, Beira e Lichinga com coordenadores e técnicos locais para acertar os últimos detalhes.

Nos três polos, a equipe vai verificar se os laboratórios e as conexões de internet estão prontos para receber os alunos e se o material didático de apoio está disponível. Nesse período, os coordenadores locais e os tutores participam da terceira fase de capacitação. O Centro de Educação Superior a Distância do Rio de Janeiro (Cederj), que é um consórcio de universidades públicas do Rio e que trabalha com a UAB, começa a elaborar o material didático para o segundo semestre, que inicia em agosto.

A oferta de cursos de graduação em Moçambique envolve parceiros dos dois países. Do Brasil, o MEC, as universidades federais do sistema UAB, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia que cuida do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores; de Moçambique, o Ministério da Educação.

A parceria entre o Brasil e Moçambique prevê a formação de 5,5 mil professores da educação básica e 1,5 mil servidores da administração pública, entre 2011 e 2017.

País situado na costa oriental da África, Moçambique tem cerca de 20 milhões de habitantes e apresenta indicadores sociais baixos: expectativa de vida de 42 anos; alfabetização de 38,7% da população; índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,40; taxa de mortalidade infantil – 95,9 por mil crianças nascidas vivas.