Repercussões da Festa Ditabranda

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Reproduzo o texto e a charge do leitor Eugênio, não porque o texto faz referências ao blog, mas porque talvez isso mostre aos que nos acusam de exagerados que não foi apenas a ala heavy da blogosfera progressista que ficou profundamente decepcionada com a ida e o discurso vexatório da presidenta chancelando o jornalixo da Folha.

É preciso que a esquerda petista (se é que podemos se referir assim) tenha ao menos disposição para fazer este debate que quer silenciar, desqualificando todos aqueles que não vêem nada de grandioso no gesto da presidenta. Caso contrário é bom ir preparando o estoque de 'luvas de pelica' para a festa de 100 anos da Folha.

Não estamos mais em campanha, a presidenta felizmente foi eleita, apesar da Folha e demais empresas da mídia velha.  E na minha singela opinião é papel da esquerda ficar atenta, pressionar para que os reais avanços aconteçam, criticar quando é necessário e apoiar os bons projetos.

Quanto a mim e a referência que Eugênio faz à blogosfera engajada na campanha a partir da imagem do Maria Frô, posso garantir que neste blog esta blogueira soube, sabe e saberá onde estão as boas causas e não se furtará de lutar por elas,como não se furtou nas eleições presidenciais e durante os oito anos de governo do presidente Lula.

PS> Eugênio deveria estar tão bravo quando fez a charge que trocou o nome dos barões da mídia: leia Frias ao invés de Mesquita.

Por: Eugênio (via e-mail e comentário no Maria Frô)

Impressiona a legião de ingênuos que veem no gesto da Dilma uma transcendental jogada política, que não é dado aos menos sutis perceber sua "grandeza". Pra mim que, felizmente, sou tosco e não me iludo com a natureza humana (sobretudo), Dilma só nos oferece mais do mesmo. Seu gesto equivale-se e teve a mesma "grandeza" do gesto de Lula, ao colocar o nome de Roberto Marinho no prêmio que o Ministério das Comunicações dá anualmente. Alguém pediu que ele fizesse isso? Não! "Fez, assim, uma concessão que está no cerne das muitas desgraças recentes da história política brasileira, baseada na arte de beijar a mão do algoz na esperança, tão vã como previsível, de que esta não irá outra vez se levantar contra ela." E o que nós ganhamos em troca? A mais sórdida campanha eleitoral da história, que teve seu coroamento no episódio da bolinha de papel, com o qual os herdeiros do homenageado nos brindaram por sete minutos em rede nacional.

A Dilma, ao participar dessa ópera bufa dos 90 anos da Folha, só conseguiu provar que o arremedo da esquerda que temos no Brasil, continua anacronicamente buscado a benção da mídia e não tem um pingo de perspicácia para perceber esse momento político precioso, ou seja, que o cenário da comunicação mudou, que o PIG não fala mais sozinho. Mas deve haver uma vantagem nisso tudo. A principal delas, talvez, é que nas próximas eleições, as mariasfros da blogosfera poderão descansar e assistir de camarote os resultados da "sagacidade" da Dilma ao se reunir com aquela súcia. Pelo menos isso é o que tentam nos provar esses devotos dilmistas, que veem nela uma espécie de astuta raposa política e não uma patética "presidente" que, como observou acidamente Laerte Braga, tem "o desejo ardente de receber um diploma da baronesa do esquema FIESP/DASLU."

Os dilmistas irredutíveis nos apresentam o roça-roça Dilma-Folha de tal forma que chego a imaginar, por exemplo, a inutilidade de um #dilmanarede nas próximas eleições. Quando os factóides, as mentiras e a venalidade começarem a pipocar, teremos o #folhanarede para livrar a cara da nossa "presidente".

E por falar em raposas e "espertezas", me veio a memória a foto de um desses pobres bichos, que preso a uma armadilha, comeu a própria perna para poder escapar.

Estou convicto que Dilma meteu o pé numa armadilha no episódio dos 90 anos da Folha. Comerá ela a própria perna para se livrar sozinha e penitenciar pelo equívoco desse "gesto de grandeza" com seus algozes, ou mais uma vez, como acontece em todas as eleições, tirará as mariasfros do seu merecido descanso, depois de ter lhes virado as costas?

Como tosco que sou e nada impressionável por esses gestos teatrais de magnanimidade que a esquerda insiste em encenar pra provar não sei o que, me socorro mais uma vez no texto do Leandro Fortes para sintetizar minha opinião sobre tudo isso: "A presidenta conhece a verdadeira natureza dos agressores. Deveria saber, portanto, da proverbial inutilidade de se colocar civilizadamente entre eles."