As organizadoras da manifestação de domingo estudam os próximos passos políticos
Por: FLAVIA AMABILE, no “La Stampa”, Tradução de Ivo Pugnaloni
15/02/2011
A quem lhes classifica como um fenômeno folclórico ou um carnaval de domingo destinado a se extinguir segunda de manhã, a Silvio Berlusconi, que lhes definiu como “facciosas”, as mulheres que levaram às ruas um milhão de pessoas respondem com os primeiros passos concretos. A atriz Angela Finochiaro havia dito ao fim da manifestação de domingo: “Agora queremos ir ao Governo”. E uma outra atriz, Valeria Solarino, admite que a única estrada é aquela de “entrar nos partidos políticos, nos sindicatos, precisamos fazer-nos valer mais”.
O objetivo é ambicioso: para atingi-lo, o Comitê do Movimento “Se agora não, quando” desde ontem se tornou permanente e se dedica a estudar novas iniciativas. A próxima manifestação será daqui a menos de um mês, em 8 de março, que é o dia internacional da Mulher. "Queremos fazer dessa data um grande encontro, explica Fracesca Izzo, docente universitária na Universidade Oriental de Napoli e estrategista da praça de domingo. Pensamos que as mulheres e não só por elas, chegaram à conclusão de que é preciso mudar essa sociedade que não mudou nada nos últimos vinte anos, para responder à maior revolução dos nossos tempos que é a revolução feminina. A Itália não é adequada, é preciso que mude. Nós não negociaremos esse ponto.
Tudo bem. Mas nós já ouvimos essas coisas antes. Mas como fazer para chegar dessas palavras ao governo?
“Devemos atacar o poder em todos os âmbitos, do âmbito político ao econômico, social, midiático. Queremos constituir os “Estados Gerais das Mulheres” uma força coletiva capaz de intervir e ser protagonista e interlocutora da cena pública."
Isso é um lobby feminino? “Muito mais que um lobby- responde Francesca Izzo - é um processo que se abree se deve desenvolver.
Nós lançamos as propostas, depois resta a esse grande movimento que se produziu a tarefa de encontrar as formas mais adequadas.
Continuaremos a trabalhar, juntas a tantas outras realidades.
Todas juntas.
Esse é também um modo diferente de enfrentar os problemas da sociedade a respeito da imagem que passa o primeiro ministro, não nos dividir, mas criarmos uma ligação entre diversas experiências para ajudar mais ao País”.