6 dos 9 cursos de excelência da USP são da FFLCH ou da "Facu dos bichos grilos maconheiros'

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A Talita e eu somos fefelechentas com muito orgulho. Para ler o início e a continuação do texto da Talita vá ao blogueiras feministas.

A PM e a USP: onde estão as fronteiras que separam a universidade da sociedade?

Blogueiras Feministas

Talita R. Da Silva

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Particularmente sobre o episódio da USP, é assustador ver como polarizaram a discussão em “maconheiros preguiçosos” vs “policiais trabalhadores”. Baderneiros preguiçosos é a alcunha que muitos uspianos usam para designar os estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), em clara contraposição a si mesmos, afinal, profissões na área de humanas não são consideradas trabalho por algumas pessoas. Nessa percepção maquiavélica, noto muito do que se tem na discussão de gêneros, onde a mulher é acusada por não ocupar majoritariamente os espaços das ciências exatas, como se essa fosse uma condição sine qua non para termos direito de requerer o grau de trabalhadoras liberadas, logo salários igualitários.

Mas, opondo-se a essa visão limitante dos fazeres humanos, recentemente, a QS Word University Ranking mostrou que nove cursos da USP aparecem entre os duzentos melhores do mundo e, calcule-se a trivialidade dos dados, seis dos nove são da FFLCH. Isso dá uma baita pista de que os alunos da FFLCH (vulgo “fefelechentos”), no que eu me incluo, não são os maconheiros desocupados, baderneiros ocasionais, que a mídia anda pintando. A comunidade USP, que é composta por cerca de 110 mil pessoas, na verdade, pode estar mais preocupada em discutir rumos para USP e sociedade do que em polemizar o uso da maconha. Para defender a legalização ou a criminalização do uso de maconha, temos outros mecanismos, que não a ocupação do espaço público estudantil. Logo, definir o movimento em termos de “maconheiros” vs “caretas” não reflete o tópico da questão. A apreensão dos três estudantes que portavam quantidade de usuário do entorpecente maconha parece ter sido apenas o estopim para deflagrar o problema da restrição da liberdade em uma das vinte e cinco autarquias do Estado de São Paulo. A polêmica não é e nunca foi se os estudantes teriam liberdade para usar entorpecentes, mas que tipo de policiamento o “pacto” do reitor estaria enfiando na USP.

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