Já prevejo uma revoada de unfollows no twitter da #ondavermelha. Mas, eu realmente gostaria que a campanha do Mercadante deixasse mais claro suas propostas para a educação. Criticar a progressão continuada como se ela fosse o mal não é certamente o caminho.
Não concordo com as teses de Dimenstein, o colunista é tucano de carteirinha, já aplaudiu de pé a mercantilização que o PSDB fez com a educação paulista com sua política de bônus e de desvalorização do trabalho do professor. Não fez uma crítica séria à produção das apostilas da Secretaria de Educação que para além de disseminar preconceitos e conceitos errados, retira do professor toda a sua autonomia. Também não denunciou o fato de os tais dois professores em sala de aula ser falácia tucana, nem estrilou com a hipótese de se pagar 50,00 para que alunos assistissem aulas de reforço na disciplina de Matemática. E não faz costumeiramente crítica séria às mazelas dos dezesseis anos do PSDB na educação paulista.
Seu texto também leva o leitor à confusão quando iguala o projeto de Erundina desenvolvido e implementado na Prefeitura a cidade de São Paulo e infinitamente mais sério, pois progressão continuada não tem nada a ver com aprovação automática, com a meia boca que os tucanos fizeram na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo que virou aprovação automática.
A Folha também vive criminalizando professores, para este jornal a velha mídia, eles são os que atrapalham o trânsito da Paulista. Contudo, é inegável considerar as críticas que Dimenstein aponta no texto abaixo, embora suas críticas também não estejam preocupadas com os alunos, é só uma forma de impossibilitar qualquer hipótese de Mercadante conseguir levar a eleição para o segundo turno em São Paulo.
Gilberto Dimenstein, na Folha de São Paulo
O PT tem uma série de bons motivos para criticar a educação em São Paulo --a começar pelas mudanças de diretrizes nas diversas gestões do PSDB.
Definitivamente, o ensino público está longe de ser a melhor bandeira para os tucanos. Mas os petistas estão partindo para um caminho literalmente deseducado, ao atacar a progressão continuada --ou seja, o aluno é reprovado depois de ciclos. Assim, eles culpam a vítima.
Está demonstrado em inúmeros estudos que a reprovação não melhora aprendizado. Pelo contrário. Abate a auto-estima e provoca evasão. Ou seja, só faz aumentar a insegurança. Se um ou outro aluno não aprendesse, ok. Mas quando a maioria não aprende, a culpa é menos do aluno do que da escola.
Muito mais sensato (e sério), em vez de criticar a progressão continuada, é implementar (o que foi feito com escassez pelo PSDB em São Paulo, embora reconheça avanços) é um sistema contínuo de recuperação para que o aluno não fique para trás.
No mais, quem implantou a progressão continuada em São Paulo (e merece elogios) foi o PT, durante a gestão de Luiza Erundina, que tinha como secretário Paulo Freire.