Queria hoje falar de Irã, Palestina, com a qual Saramago sempre foi solidário e cujas críticas ao bloqueio de Gaza o tornaram persona non grata em Israel. Queria ter falado da aprovação meia boca do Estatuto da Igualdade Social, queria ter subido o texto crítico da Vera e ter linkado o texto do Miguel do Rosário sobre a questão do Maranhão. Mas não consigo.
Vai ficar tudo para mais tarde ou para outro dia. Minha vontade era me internar algumas semanas, repleta dos livros, dos tantos livros que li e apreciei do Grande Mestre. Desculpem-me a insistência, mas Saramago é Grande e grande é a minha tristeza pela sua morte.
Eu sei, sua obra fica, os Grandes não morrem. Mas isso não consegue aplacar a minha dor.
As homenagens foram muitas hoje. Pela manhã citei alguns links no singelo post de minha homenagem a Saramago, mais para aplacar a minha própria tristeza por me sentir assim um pouco órfã das muitas sabedorias que aquele velhinho trazia dentro de si.
No twitter, finalmente, o CALA A BOCA GALVÃO saiu do Treding Topics para uma verdadeira personalidade o assumir a primeira posição: José Saramago. E eu, depois de muito lamentar, fiz uma singela pergunta: Qual seu livro preferido de Saramago?
Muitos twitteiros responderam. Ao todo foram citadas quinze obras. O campeão foi o humanizado Jesus, recuperado em toda a sua dignidade pelo ateu Saramago em O Evangelho Segundo Jesus Cristo. O Evangelho foi seguido de perto pelo livro que já foi parar nas telas pelas mãos do Fernando Meirelles: Ensaio Sobre a Cegueira, que diz muito sobre nossa era também.
Se eu fosse você eu consultava as dicas dos twitteiros, eles citaram dois livros que ainda não li e deixaram de lado outros que já absorvi, mas é uma lista muito rica.
Para aplacar a nossa dor e para homenagear o Grande Saramago, o melhor a fazer é lê-lo, absorver um pouco de sua poesia e sabedoria. Podem estar certos: ler Saramago é um processo de humanização, essa humanidade que foi tão bem descrita e compreendida pelo velho ateu e que, por vezes, escapa de nós.