Não, não virei casaca, continuo apoiando o governo Lula (mas não é um apoio incondicional, nã0) e votarei na Dilma e apoiarei sua candidatura e acho sim que o PT administrou, administra e administrará com Dilma um país melhor que os tucanos nos deixaram.
Mas não dá pra ficar impassível ao que está acontecendo no Maranhão. Deputado maranhense petista Domingos Dutra está em greve de fome há seis dias em repúdio ao acordão no Maranhão, onde o PT nacional passou por cima da decisão do PT maranhense para apoiar Roseana Sarney.
Desde o dia dia 11, juntamente com o líder camponês e um dos fundadores do PT nacional, Manoel Conceição, Domingos faz greve. Manoel passou mal e foi hospitalizado. Dutra promete morrer de fome pra garantir a democracia no partido que ajudou a construir.
Visivelmente emocionado, no vídeo abaixo, ele denuncia o contínuo Maranhão 66 (sobre este assunto veja aqui e também aqui.
Dutra é 100% Dilma, sem esta, portanto, de acusá-lo de político arrivista. O que ele deseja é o que todos os militantes honestos do PT desejam: parem de ceder ao PMDB, não é possível manter esta fatura impagável com o coronel José Sarney em nome da tal governabilidade.
Latuff está em Atenas, Grécia. Foi convidado para o Resistance Festival, é o único artista brasileiro no festival.
Brevemente ele me relata pelo msn:
Segundo Latuff: ele e o cachorro rebelde na manifestação dos ferroviários, Atenas, Grécia. Ferroviários no centro de Atenas. Maioria das lideranças sindicais não quer confronto com o governo, mas a base quer!"Comparado ao que vemos no Brasil, o movimento aqui esta bem radicalizado. Em dois dias em Atenas já participei de duas manifestações.
Aqui existem os mesmos problemas que a esquerda enfrenta comumente como a divisão, mas aqui tem algo que nunca vi no Brasil até agora, ou seja, apesar de todas as divisões a esquerda radical consegue manter uma coalisão.
Aqui, como no Brasil, as lideranças sindicais não batem com força no governo por conta de suas ligações políticas.
Partidos aos quais os sindicatos estão ligados fazem parte do governo agora. A situação é semelhante a relação entre o PT e os sindicatos. Aqui os sindicatos só reagem quando forçados pela base.
O Brasil é maior, a economia brasileira é mais robusta que a grega. Pelo que já conhecemos sobre os ditames do FMI sabemos o que vai acontecer agora que o governo grego pediu "socorro" ao FMI. As medidas de arrocho já estão chegando, inclusive no que se refere a previdência. As políticas neoliberais estão chegando com força na Europa.
Mas em termos de mobilização existem coisas aqui que não vemos no Brasil. Por exemplo, no centro de Atenas, local aonde o jovem grego foi morto pela polícia e que desencadeou duas semanas de quebra -quebra, foi erguido um monumento feito pelos grupos anarquistas e o governo sequer cogita de mexer no monumento, limpar muros ou algo assim. O governo não se atreve. Os movimentos conseguiram uma certa autonomia nesta região. Se algo semelhante ocorresse no Rio de Janeiro o Paes e o Cabral teriam tirado. Um simples outdoor com uma charge o governador foi mandado tirar pelo governador.