1. TSE para a mesma prática duas medidas
A campanha oficialmente nem começou, mas há tempos Serra faz propaganda no Nordeste (região do país onde tradicionalmente os tucanos tem votação pífia).
Para quem não sabe, Serra até 10 de abril ocupava o cargo de governador de São Paulo, não há portanto nenhuma justificativa legal para se veicular campanhas da Sabesp e do governo de São Paulo em estados fora de São Paulo e pelo menos desde 2009 isso vem ocorrendo.
Seja nos palanques de seus aliados, seja pelas antenas parabólicas, seja por inserções publicitárias em cinemas nacionais, seja por meio do presidente de seu partido, Sérgio Guerra que buscou lucro político com o PAC do governo Lula tentando vender a Transnordestina como obra tucana, seja nas inserções do programa eleitoral do DEMO onde Kassab, depois de abandonado nas enchentes paulistanas, cede espaço pra Serra aparecer ou em outras regiões do país onde só Serra aparece nas propagandas de sua coligação, o pré-candidato Serra está em campanha há muito tempo. Só no twitter, ontem ele fez 1 ano de uso, rede social onde divulgava tranquilamente sua agenda particularmente de viagens incansáveis ao Nordeste.
Enquanto isso TSE atende pedidos dos advogados tucanos e tasca a multar Lula, PT e Dilma por campanha antecipada, mas acha legítimo e legal um site oficial do PSDB que faz campanha explícita, além de ter o principal objetivo de ridicularizar e caluniar o presidente da República do Brasil.
[caption id="attachment_2370" align="aligncenter" width="512" caption="Na imagem o presidente Lula é retratado como Pinóquio para ilustrar aquilo que os tucanos chamam de pinoquioteca, um espaço onde arrolariam as supostas mentiras do presidente. Clique na imagem para ampliá-la e poder vê-la."][/caption]No twitter tem até eleitores conservadores de extrema-direita pedindo a morte da candidata Dilma. Assusto-me com tamanha agressividade, afinal PSDB tem pelo visto a simpatia do TSE, além de contar com um comitê eleitoral na grande mídia. Por que o desespero, então?
2. Brasil, um país de todos
Daí me deparo com uma notícia veiculada na própria grande mídia e tudo começou a fazer sentido. Acompanhem:
Imaginem que dos 5562 municípios brasileiros, cerca de 4.000 prefeitos após ouvirem Serra, Marina e Dilma discursarem, gritem unissonamente após a fala da candidata Dilma o seguinte bordão: "Brasil pra frente, Dilma Presidente!" Imaginaram?
Agora imaginem declarações como esta aqui:
"Sou Dilma por causa das políticas do governo, capilares, com responsabilidade social", prefeita de Ibiaí (MG), Marinilza Soares Mota (PSDB).
"Pela primeira vez fomos respeitados como entes federativos e não como pontinhos no mapa. Nunca perguntaram, aqui em Brasília, qual era o meu partido. É uma honra participar de um governo vitorioso que fez a gente esquecer a dívida externa. Infelizmente, não falo pelo meu partido, mas falo como cidadão brasileiro. Ministra, estou preparado para trabalhar. Pode contar comigo como cidadão” prefeito de Itamonte (MG), Marcos Tridon de Carvalho (PSDB).
"É importante a continuação da administração", prefeito de Iporanga (SP), Ariovaldo da Silva Pereira (DEM).
Tais declarações estiveram na boca de muitos outros prefeitos de oposição como o prefeito Gustavo Reis (PPS), de Jaguariúna (SP), que declarou apoio a Dilma mesmo sem saber “qual seria seu futuro partidário” ou o prefeito de Sapé (PB), João Clemente (DEM) e outros prefeitos do PV que também declararam apoio a Dilma.
Conclusão, não me parece que um presidente tem 83,4% de aprovação pela beleza de suas barbas.
O governo Lula tem apoio da esmagadora maioria do povo brasileiro e tem apoio dos prefeitos, mesmo os de partidos de oposição, além disso conquistou o respeito mundial para o Brasil, sendo tratado e respeitado internacionalmente como líder mundial a ponto deste blog poder até fazer piadas com isso.
Parece-me claro na fala e atitude desses prefeitos que o governo federal, sob a batuta de Lula, honrou o mote de sua campanha e de seu governo: Brasil, um país de todos.
Lula não fez do governo federal um espaço de mesquinharia partidária, prática política no território brasileiro desde a chegada dos portugueses. Lula ouviu, relacionou-se e contribuiu com os municípios brasileiros, aos menos com os 4 mil dos 5.562 que compõe a Federação.
Isso tudo com todo o bombardeio midiático contra ele e seu governo: de estuprador para baixo o presidente foi acusado por uma imprensa cada vez mais presa no aquário de suas redações.
Para repórteres que não se dão ao trabalho de ir em um Arquivo Público checar se um arquivo que receberam por e-mail trata-se de um documento falso ou não e que só gostam do perfume da 'massa cheirosa' é exigir demais que saibam o que está acontecendo no verdadeiro Brasil de carne e osso.
E, pelo visto, os caciques dos partidos da oposição também andam muito presos em seus gabinetes, pois até os prefeitos dos partidos de oposição não dizem mais amém para o arrivismo mesquinho daqueles que só defendem seus próprios interesses.
Pelo visto também em uma coisa a extrema-direita anti-lulista, anti-petista e anti-Brasil tem razão: vai precisar 'mais do que galhofas' para tentar desmoralizar a candidata do presidente Lula.
Só espero que ela e o TSE não achem que o Brasil é Honduras. Tapetão com 83,4% de apoio e 4 mil prefeitos em marchas não vai dar certo.
E para os leitores mais conservadores não pensarem que invento tais declarações, seleciono uma das matérias da Folha, fonte indubitável da direita brasileira.
Dilma rebate Serra e diz que fará governo municipalista, sem olhar filiação partidária
EM 19 DE Maio DE 2010Da Folha de São PauloA pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi a terceira e última a ser sabatinada nesta quarta-feira por prefeitos em Brasília. Ela rebateu a crítica de José Serra (PSDB) de que o PT aparelhou o governo e criticou o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Faremos um governo municipalista. Não olhamos filiação partidária." Em um ataque aos tucanos, ela afirmou que o atual governo tirou o país de uma "época terrível, sem planejamento".
Dilma disse que época de "prefeitos com pires na mão" foi enterrada pelo governo federal. Mais cedo, Serra disse o contrário.
A petista afirmou que a construção de "creches é uma das coisas mais importantes" do próximo mandato. Ela assumiu o compromisso de, se eleita, lutar por mais recursos para a saúde, mas ressaltou: "Sabemos perfeitamente que houve perda de R$ 40 bilhões quando a CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] foi extinta".
Aos prefeitos, Dilma defendeu as desonerações do governo, que acabaram reduzindo o FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Mas disse que é contra "fazer bondade com chapéu alheio". "Sou a favor do diálogo para discutir, justamente, o chapéu."
Repetindo ataque feito pelo ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), ela disse que FHC recebia prefeitos com "cães e polícia".
Dilma afirmou ainda que que, além do pré-sal, os prefeitos também devem brigar pelos royalties da mineração brasileira.
Ela disse que a partilha do pré-sal é mais importante que os royalties. "Não estou desfazendo dos royalties. Acho importantíssimo que os prefeitos recebam. Mas jamais descuidem de olhar a receita da partilha."
"Nosso objetivo era distribuir para todos os municípios", reiterou Dilma, acrescentando que, "infelizmente", isso não foi possível.
Dilma foi aplaudida por prefeitos ao afirmar que o Brasil deve ser elevado à quinta economia do mundo não pelo seu PIB (Produto Interno Bruto), mas pelo "nível de vida da sua população".
A petista ainda defendeu dois pontos "inimigos" dos cofres das pequenas prefeituras: piso para o magistério e aumento real do salário mínimo. "Isso [problema de caixa dos prefeitos] não pode ser entrave para darmos os primeiros passos."
Dilma foi a única dos presidenciáveis a deixar o auditório do Hotel Royal Tulip, onde se realiza a Marcha dos Prefeitos, aclamada por gritos dos municipalistas: "Brasil pra frente, Dilma presidente".(grifos nossos).
Ela encerrou sua participação no debate com os prefeitos afirmando que o presidente Lula "lançou as bases" para o Brasil, mas que "só superando a nós mesmos podemos chegar a ser um grande país". Marcha
Cerca de 4.000 prefeitos participam da Marcha Nacional em Defesa dos Municípios, que começou ontem em Brasília.
Durante a sabatina, cada pré-candidato teve uma hora para expor suas ideias e responder às perguntas. A ordem foi definida em sorteio. O primeiro a falar foi Serra, seguido por Marina e Dilma. Foram três temas preestabelecidos: pacto federativo, educação e saúde.