Os políticos do PSDB parecem ter um grande problema de letramento. É claro que qualquer discurso feito por políticos é 'político', mas não necessariamente partidário. Um presidente com trajetória operária em seu pronunciamento de 1º de maio vai falar sobre o quê? Para quem? Cada um fala de um lugar social, de sua experiência de vida, Lula, um líder sindical que contribuiu para a reorganização da luta sindical é phd na história dos trabalhadores brasileiros. Talvez faltem aos políticos tucanos esta experiência de chão de fábrica para entender a importância para os trabalhadores de serem valorizados como a principal riqueza do país.
O governo de São Paulo também criminalizou os professores do Estado por fazerem um 'movimento político', ora, toda a greve é política, não necessariamente partidária. Os professores do Estado de São Paulo tem inúmeros motivos para se contrapor à política educacional do Estado de São Paulo: perda de autonomia dentro da sala de aula, materiais didáticos de péssima qualidade como as apostilas com erros gramaticais e erros conceituais, o sucateamento e a desvalorização da profissão com quase 50% dos professores que estão em sala de aula em situação de precariedade (os OFAs, não concursados) etc.
Alguém precisa letrar melhor os políticos tucanos que têm dificuldades claras para fazer leitura do mundo. Talvez seja porque os tucanos passaram a desprezar até mesmo os ensinamentos de seus próprios intelectuais orgânicos, como os do professor Sérgio Pinheiro que precisou fazer peregrinação na imprensa pra defender o PNDH3!
É vergonhoso que um partido que deseja se vender como de centro-esquerda e que teve em seus quadros políticos pessoas que lutaram contra a ditadura militar, mobilize-se para lutar contra a aprovação do PNDH3 e seus políticos façam coro com a imprensa conservadora que fora cão-de-guarda da ditadura militar como bem argumenta Beatriz Kushnir. Só isso explica a notícia transcrita abaixo do Estadão.
Do Estadão:
Oposição propõe ação contra Lula por pronunciamento, 30 de abril de 2010 | 18h 43
ANA PAULA SCINOCCA – Agência Estado
PSDB, DEM e PPS vão entrar na Justiça Eleitoral contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima segunda-feira, informaram hoje os líderes dos três partidos que integram a coligação da pré-candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência.
A oposição reclama da atitude de Lula que, segundo avaliação de seus presidentes, utilizou a cadeia de rádio e TV para fazer propaganda eleitoral, e não pronunciamento à população por conta do Dia do Trabalho, comemorado amanhã.
Ao falar em rede nacional ontem, Lula exaltou resultados de sua gestão, defendeu a continuidade e disse que o atual modelo de governo pertence ao povo, “que saberá aprofundá-lo com trabalho honesto e decisões corretas”. Em tom de primeira despedida, afirmou que o brasileiro não desperdiça oportunidades e saberá conduzir o País no rumo certo. “Houve ilícito administrativo e eleitoral”, avaliou o advogado do PSDB, Ricardo Penteado, que assina a representação contra Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Futuro líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR) subiu à tribuna, logo pela manhã, para reclamar do que chamou de propaganda “explícita e escancarada”. “As afirmações do presidente são uma afronta à Lei”, disse. “Aquilo não foi uma campanha subliminar. Foi campanha escancarada, proselitismo a favor da candidata dele (a ex-ministra Dilma Rousseff) e uso da máquina pública”, afirmou Dias.
Presidente do DEM, o deputado Rodrigo Maia (RJ) classificou o pronunciamento do presidente como um “discurso político”. “Aquilo foi um verdadeiro horário eleitoral gratuito. O presidente deveria ter feito aquele discurso no dia 13 de maio, quando vai ao ar o programa do PT, e não no pronunciamento do Dia do Trabalho”, afirmou.
O presidente nacional do PPS, ex-senador Roberto Freire, também fez coro. Disse que apenas uma multa a Lula não basta e que a oposição deveria ter tempo semelhante na TV. “Aquele é um tipo de pronunciamento que exige liturgia com a Presidência da República. Não pode se transformar em uma propaganda eleitoral. É um desrespeito usar o cargo para fazer isso.”