Quem os produz e o que fazer com eles?

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Eu já posso até imaginar os comentários conservadores que virão após a leitura do caso deste adolescente. Vão perguntar, o porquê de a polícia não ter 'terminado o serviço'. Na maioria das vezes este tipo de policial 'justiceiro', termina o serviço.

Mas poderíamos fazer o exercício sobre qual é o papel da polícia e qual é o papel do Estado diante de adolescentes como Alexandre. Poderíamos perguntar por que entre os jovens assassinados no Brasil os jovens negros são mortos 73% a mais que os jovens brancos....

Poderíamos nos perguntar qual é o papel do Estado diante desta avó que passou tudo que passou (e não teve nenhuma ajuda) não abandonou seu neto, não é super-heroína. Ela deve também ser criminalizada, punida e condenada?

Diante destas histórias eu agradeço a todos os constituintes de 1988 de ter ao menos na lei garantido a defesa do direito à vida e impedido que discussões sobre pena de morte, por exemplo, passem por referendo. Quem sabe um dia consigamos fazer este direito de fato valer na dura realidade concreta das periferias brasileiras...

Sobrevivente das masmorras: Estado baleia, infecta, mutila e depois abandona Por: José Rabelo,do Seculário Foto capa: Foto: Acervo Amafavv

Numa pequena sala contígua à cozinha, Alexandre está deitado em um colchão apoiado sobre um sofá-cama improvisado que, na falta de uma cama de verdade, faz as vezes de um estrado. Os olhos grandes e negros do jovem que já teve mais do que 1.80m de altura estão vidrados na tela da TV de 14 polegadas. Seus dedos longos e cheios de anéis apertam freneticamente os controles do PlayStation2, que acabou de ganhar dos amigos. A ideia, contam os colegas, era arrumar um entretenimento que ajudasse o amigo a matar o tempo.

A embalagem do brinquedo ainda permanece no chão, ao lado da cama improvisada. O transe provocado pelo jogo parece ter o poder de apaziguar o sofrimento de Alexandre. Num som quase inteligível, dito com a boca entreaberta, ele responde que não está sentido dor nas costas, onde uma enorme necrose provocada por uma escara de decúbito ameaça carcomer a parte que lhe resta do corpo (as fotos são impublicáveis).

No game, jogam Brasil e Argentina, com toda a rivalidade que é peculiar ao clássico derby latino. Concentrado, Alexandre se esforça para vazar o goleiro argentino, mas sem sucesso. Por enquanto, zero a zero.

Quase 38 km separam o Morro da Piedade, no Centro de Vitória - antigo endereço da família de Alexandre Estevão Ramos -, do atual, no Planalto Serrano, município de Serra. Quando estava à procura de uma nova moradia, a avó de Alexandre, Ruthléia Ramos, ou simplesmente Ruth, sabia que precisava encontrar uma casa com aluguel em conta e situada em um bairro plano - acessível às novas necessidades especiais do neto.

Determinada, antes mesmo de Alexandre receber a alta hospitalar, Ruth já havia conseguido alugar uma casa de quatro cômodos por R$ 280 mensais. E melhor, numa rua plana e perto de uma Unidade Saúde, recurso que seria imprescindível para o neto nos próximos meses.

Aos 65 anos, Ruth, que se aposentou como empregada doméstica com um salário mínimo, continua trabalhando duro para sustentar a família. Além do dinheiro, ela precisa juntar forças para passar por mais esta provação. Mãe de três filhos, um deles Daniel, pai de Alexandre, Ruth começou a sentir que a vida tinha um gosto amargo ainda na juventude. “Eu admiro muito a Ruth. Essa mulher já sofreu muito. Quando o marido a abandonou com os três filhos, ela teve que dormir debaixo da Ponte Seca [na Vila Rubim, região central de Vitória]. Nem por isso ela roubou ou pensou em se prostituir. Reuniu forças e arrumou trabalho para criar sozinha os três filhos”, conta emocionada a atual patroa de Ruth, que a considera “uma amiga, uma mãe”.

Cleuza teve dois filhos com Daniel: Alexandre e Thiago. Um ano mais velho do que Alexandre, Thiago está preso na Colônia Agrícola de Viana. A avó conta que Thiago está prestes a sair. O casamento de Cleuza e Daniel durou pouco. Com os dois filhos ainda pequenos, Cleuza abandonou a família e desapareceu. Os meninos foram criados por Ruth com a ajuda da filha, Angela.

A família sente mágoa de Cleuza. Eles a consideram uma mãe ausente. A patroa de Ruth diz que durante todos esses meses que Alexandre esteve em hospitais e presídios, Cleuza apareceu para visitá-lo duas ou três vezes. “O Alexandre ainda aceita, mas o Thiago se recusa a receber visita da mãe”, conta.

“Ela abandonou meu irmão e deixou os filhos para trás. Ajudei a minha mãe a criar Alexandre desde pequenininho”, faz um gesto com a mão espalmada a meio metro do chão para indicar o tamanho do sobrinho na ocasião. Angela, 40 anos, ao lado do irmão Daniel, ficou novamente encarregada de comandar a casa na ausência de Ruth, que trabalha e mora na casa de sua patroa, em Vitória. A matriarca visita os filhos e netos nos finais de semana. É ela também que acompanha o périplo do neto por hospitais e presídios deste o dia em que ele foi baleado. Antes disso, a avó já passou outros apertos com o neto. Era ela quem visitava Alexandre durante as duas ou três ocasiões em que ele ficou na Unidade de Internação Sócioeducativa (UNIS), quando era adolescente. "Ele sempre foi um bom menino. O problema dele foi envolvimento com as drogas". lamenta a avó.

Para a família foi difícil trocar a Piedade, com o Centro da cidade à soleira da porta, por um bairro nos arrabaldes de Serra. “Mas não tinha outro jeito. Como iríamos cuidar do Alexandre no alto daquele morro”, pergunta Ruth.

Por um lado, Angela acha bom ter deixado o Morro da Piedade. Ela diz que não sente nenhuma saudade do lado funesto do Morro. “Foi lá que a polícia baleou e aleijou injustamente meu sobrinho. Aquele dia mudou para sempre a história das nossas vidas”, lamenta, enquanto puxa fôlego para torcer mais uma muda de roupa.

Numa manhã de março deste ano, Alexandre e outro rapaz foram enquadrados pela polícia que fazia uma batida no Morro da Piedade. A polícia, que vinha acompanhado o grupo, flagrou os rapazes traficando drogas no pé da escadaria. Ao ver os policiais se aproximando, um colega de Alexandre teria disparado contra os policiais. Assustado com os tiros, Alexandre correu, mas foi atingido por dois tiros: um acertou a sua espinha dorsal o outro a perna. “Depois que ele estava caído de bruços sobre a pedra, os policiais ainda chutaram o seu corpo dois metros pra baixo. Meu sobrinho ficou sangrando mais de três horas até o resgate do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] chegar. Os PMs queriam impedir o socorro. Ele só foi acudido porque os vizinhos ligaram para a reportagem do Balanço Geral [programa da TV Vitória] para denunciar o caso. Eles só começaram a socorrer o Alexandre quando a reportagem chegou”, conta Angela ajudada pela filha que deu detalhes do resgate.

A mesma versão da história é repetida, sem tirar nem pôr, por todos os familiares. “Pode ir lá e perguntar aos vizinhos. Todo mundo sabe que a polícia chega aterrorizando no Morro da Piedade. Eles chegam batendo e xingando as pessoas. Para eles, toda mulher é vagabunda e todo homem é bandido e traficante”, reclama Angela. Ela disse que recentemente seu irmão Daniel foi brutalmente espancado pela polícia durante uma operação de rotina. “Meu irmão é trabalhador. Mas, para a polícia, todo mundo que mora no morro não presta”, desabafa Angela.

O tiro certeiro na espinha, o possível chute do policial e a demora do socorro agravaram o quadro clínico de Alexandre e tornaram remotas quaisquer chances do jovem ter os movimentos das pernas de volta.

O jovem ficou internado no Hospital São Lucas (Vitória), no Hospital dos Ferroviários (Vila Velha) e, por último, no Hospital das Clínicas, em Maruípe, Vitória. Depois de quase três meses, Alexandre recebeu alta e foi encaminhado para a Penitenciária de Segurança Máxima I (PSMA-I), no Complexo Prisional de Viana.

A avó de Alexandre só ficou sabendo que o neto havia ficado paraplégico quando ele foi transferido para a PSMA-I. “Foram dois golpes de uma só vez: ver meu neto preso e naquele estado de dar dó”, relembra Ruth.

Maria da Graça Nacort, que acompanhou toda a trajetória de Alexandre, conta que o jovem foi encaminhado para unidade prisional bastante debilitado. “Não sou médica, mas tenho certeza que o Alexandre não poderia ter recebido alta. Ele estava muito debilitado e ainda com feridas abertas. Quem conhece os presídios por dentro, sabe que as chances de se contrair uma infecção é muito grande”, afirmou a presidente da Amafavv.

O tratamento dispensado aos presos na enfermaria da PSMA-I, que é administrada pelo Instituto Nacional de Administração Prisional (Inap), segundo Maria das Graças, é precário. “Na enfermaria da Máxima-I, o Alexandre só recebia o atendimento básico dado por um auxiliar de enfermagem. O médico passava por lá só de vez em quando. Eles não dão conta. São muitos presos doentes necessitando de cuidados e não há estrutura para atender decentemente a todos”, denuncia a militante.

Mesmo diante da grave situação, Alexandre foi mantido na enfermaria da Máxima-I e seu quadro clínico foi se agravando. “Fui visitá-lo diversas vezes com a dona Ruth. A cada visita as pernas dele estavam com aspecto pior e as feridas maiores. Comecei então a mobilizar os juízes para encaminhá-lo de volta ao hospital”, relata Maria da Graça.

O descaso do Estado e a morosidade da Justiça condenaram as pernas de Alexandre. Quando retornou ao Hospital dos Ferroviários os médicos disseram que já não havia outra solução a não ser a amputação imediata das pernas do jovem, como única solução para conter o avanço da infecção.

No São Lucas, no início de setembro, que já estava funcionando no Hospital da Polícia Militar (HPM), os médicos retiraram uma e, depois de alguns dias, a outra perna do jovem. “Os médicos temiam que ele não resistisse à amputação. Eles fizeram uma cirurgia, esperaram uns dias, e fizeram a outra. Não sei como ele não morreu. Na primeira cirurgia, ele precisou receber 26 bolsas de sangue”, recorda Maria das Graças.

A presidente da Amafavv até hoje não se conforma com o desfecho da triste história de Alexandre. Ela acredita que a tragédia vivida por Alexandre poderia ser evitada se a Secretaria de Justiça respeitasse os direitos humanos e cuidasse dos presos com dignidade. “Esse menino ficou esquecido na enfermaria da Máxima-I. Sem controle urinário e das fezes, ele usava fraldas geriátricas que não eram trocadas com a frequência necessária. Ninguém tira da minha cabeça que ele pegou essa bactéria na Máxima-I. Vou fazer de tudo para provar que ele foi infectado na penitenciária. O Estado precisa ser responsabilizado”, desabafou Maria das Graças.

Ao saber que Alexandre receberia alta e retornaria à PSMA-I, a presidente da Amafavv se mobilizou para conseguir a concessão de um pedido de prisão domiciliar para o jovem. “Levei o juiz Marcelo Loureiro [da Vara de Execuções Penais] ao hospital para ver o caso do Alexandre. Ele ficou mito sensibilizado com a situação do menino. Foi ele quem concedeu o pedido de prisão domiciliar para evitar que o Alexandre retornasse à PSMA-I”, afirma Maria das Graças.

Há cerca de um mês em casa, Alexandre recebe os cuidados da proprietária da casa alugada à família. “O pessoal aqui do bairro já me conhece. Eles dizem que eu levo jeito para cuidar de pessoas doentes. Já ajudei outras pessoas da comunidade. Agora estou dando uma força para o rapaz”, conta com humildade Rosilda.

É ela quem dá banho no jovem antes de ele ser levado ao posto. “As enfermeiras só fazem o curativo se ele estiver banhado. No primeiro dia passei um pano nele. Pensei que não pudesse molhar o curativo e elas mandaram ele voltar para trás”, afirma Rosilda.

A dona da casa reconhece que o banheiro é muito “apertadinho” e só cabe mesmo o vaso sanitário. “Não tem como dar banho neste banheiro. A cadeira de rodas não entra. O jeito é dar banho lá fora com a caneca. Dou uma mornadinha na água para ele não sentir muito frio. Ontem mesmo ele estava com febre. Se você bate a água muito fria na pessoa com febre não é bom”, ensina.

Após o banho, os amigos ficam encarregados de trasladar Alexandre até a Unidade de Saúde, que fica a cerca de 200 metros da casa. Nos finais de semana e feriados, quando a unidade permanece fechada, Rosilda fica encarregada de fazer o curativo no jovem. “As enfermeiras me explicaram como deve ser feito o curativo. Eu faço direitinho. Tudo certinho”, garante Rosilda enquanto exibe a caixa de medicamentos utilizados no procedimento.

Angela reclamou que, mesmo perto, é desconfortável para o sobrinho ir todos os dias até o posto. “A ferida vai batendo na cadeira e vai piorando ainda mais. Mas não tem outro jeito. As enfermeiras disseram que não podem vir em casa fazer o curativo”, explicou.

Ela mostra à reportagem uma guia de encaminhamento da Unidade de Saúde ao Hospital Dório Silva. “Ontem (24/11) mesmo a médica me deu esse papel para internamos o Alexandre no Dório. Mas ele não quis ir ontem”, conta resignada a tia. Na guia, a médica Marlene Pires relata ao hospital o grave quadro clínico de Alexandre: "(...) Após trauma de vértebra lombar, ficou paraplégico. E por estar detido sem cuidados, resultou na amputação dos membros; agora, por falta de higiene e cuidados, está com sua escara evoluindo a um processo infeccioso de tecido necrosado", adverte a médica da Unidade de Saúde.

Preocupada com o parecer da médica e percebendo a falta de estrutura da familia para lidar com a situação, Maria das Graças aciona imediatamente uma ambulância para encaminhar Alexandre ao Hospital Dório Silva.

Enquanto a conselheira dos Direitos Humanos peleja para conseguir uma ambulância, Neymar faz um zero Brasil. Os amigos vibram. Um comenta: “Até no game é difícil ganhar da Argentina”. Orgulhoso, o cunhado diz que Alexandre sempre foi bom de bola. Esse moleque jogava muito bola, o senhor precisava ver. Agora está arrebentando no game. Envaidecido, Alexandre esboça um sorriso com o canto da boca, mas fecha novamente a expressão para conter um ataque de Messi.

Rosilda intima: “Desliga este jogo para você tomar banho. A ambulância vai chegar e você não vai estar pronto”. Ele titubeia e resmunga que não quer ir para o Dório. A tia, as primas e os amigos tentam convencê-lo. Seus olhos começam a marejar.

Enquanto a família insiste, Rosilda repete o ritual diário e começa a preparar o banho de Alexandre. “Primeiro eu boto essa espuma na cadeira que é para não machucar. Depois eu forro com este plástico e passo álcool para desinfetar. Pronto, agora é só trazer o menino.

Os amigos carregam Alexandre e o ajeitam na cadeira colocada do lado de fora da casa. Rosilda entrega um pedaço de sabão de coco ao rapaz e vai despejando a água na medida em que ele vai se ensaboando. Cerca de dez minutos depois o banho chega ao fim. Ela reclama que quer trocar as fraldas e o curativo. Mas não há mais tempo. A ambulância acabou de chegar.

Ao ver os socorristas Alexandre começa a chorar e resmungar que não quer voltar para o hospital. Antes de ser colocado na maca, ele olha para os familiares, para os amigos e para a caixa do Playstation. Dá o último trago e entrega o restante do cigarro ao cunhado.

Na porta da casa, alguns vizinhos acompanham a cena triste. A tia e a agente de saúde da família ameaçam chorar. Os rapazes tentam conter a emoção dizendo palavras positivas ao companheiro: “Você vai voltar logo; vai ser melhor para você; você vai sair dessa”. Maria das Graças não se contém e solta um choro profundo e doido, que mistura indignação e misericórdia. Ela se desculpa em seguida. Admite que ficou muito envolvida com o caso de Alexandre. “Eu acompanhei essa história desde o começo. O sentimento que eu tenho por esse menino é semelhante ao de um filho para mim. Não vou sossegar enquanto a justiça não for feita”, prometeu.

Na tarde da última quinta-feira (25), enquanto Alexandre era atendido pela equipe de emergência do Dório Silva, chegaram ao hospital dois funcionários do Inap à procura de informações sobre o jovem. A enfermeira, que se identificou como Tatiele. Disse trabalhar na enfermaria da Máxima-I. “Recebi uma ordem da Sejus para obter informações sobre o interno. Ficamos sabendo que vocês [Maria das Graças e a reportagem de Século Diário] estiveram na casa do Alexandre pela manhã e vieram para cá [Dório Silva]”, contou. A enfermeira disse ainda que após colher informações sobre o interno, teria uma reunião com o secretário de Segurança Pública Ângelo Roncalli para colocá-lo a par da situação.

No saguão de entrada do hospital, a enfermeira perguntou a tia de Alexandre, que estava sem fazer uma única refeição às cinco horas da tarde, se a família estava precisando de alguma coisa. A resposta foi tão despropositada que Angela, na hora, ficou sem resposta. Maria das Graças entrou na conversa e disparou: “Diz ao secretário que eles estão precisando de tudo. Está faltando cadeira de rodas, cama hospitalar, cesta básica descente. Não estas cestas básicas que vocês arrumam às vezes de feijão e farinha. O menino precisa de vitaminas, de frutas, de carnes. Ele precisa de alimentos de boa qualidade, porque ele está fraco. Eu acho até engraçado vocês aparecerem agora. Mais de um mês depois que ele voltou para casa”, protestou Maria das Graças.

A enfermeira do Inap justificou que uma assistente social da instituição fez uma visita domiciliar à família. “A assistente social foi lá e tirou fotos”. A enfermeira não soube explicar qual o encaminhamento que foi dado ao caso pelo serviço social da Máxima-I, e nem tampouco porque a Secretaria de Justiça não havia fornecido nenhum apoio à família. “Não posso responder pela Sejus. Trabalho para o Inap. Somos terceirizados”, justificou.

Após conversar com o médico e ser informada que o jovem ficaria internado, a enfermeira, acompanhada do motorista do Inap, se retirou apressada do hospital alegando que o secretário Roncalli a esperava para a reunião.

Enquanto a enfermeira deixava o hospital, Maria das Graças emendou: “Quer ajudar? Manda o Roncalli ligar para o Tozi [secretário da Saúde] para arrumar uma vaga em um hospital decente para tirar esse menino do corredor”.

O pai de Alexandre, Daniel, ainda não sabe se poderá visitar o filho neste sábado (27). Ironicamente, ele está trabalhando na obra do novo São Lucas. Quando Daniel souber que o filho ainda está aguardando vaga no corredor, talvez ele trabalhe ainda com mais afinco para evitar que outras pessoas sofram como o seu filho.

Até a manhã deste sábado (27), Alexandre continuava no corredor do Dório Silva aguardando vaga.