Vem cá, Soninha Francine, o seu candidato muda de jingle a cada programa, de opinião nem se fale, como diz o professor Rogerio Cezar de Cerqueira se os marqueteiros disserem ao Serra que canibalismo dá votos, ele põe missionários pra engordar no fundo do quintal, depois chama as tevês e bota missionários no caldeirão, acende a fogueira e manda ver!
Seu candidato José Serra depois de normatizar o aborto no Sistema Único de Saúde para os casos previstos em lei, por motivos eleitoreiros entrega a saúde de mulher pobres à TFP!
E Dilma é que é contraditória? Tudo bem que você quer que a capa da Veja tenha legitimidade, mas não se esqueça que o folhetim marrom além do analfabetismo político mostra um grande analfabetismo funcional.
Vamos ajudar você a entender: a candidata Dilma Rousseff sempre tratou da questão do aborto como uma questão de saúde pública. Pessoalmente ela sempre se declarou contrária ao aborto, mas nunca pregou que as mulheres que fossem levada a este ato extremo morressem ou fossem criminalizadas por isso. Assim, não há contradição na fala de Dilma Rousseff, ela não condena como criminosa mulheres como você, Soninha Francine, que pessoalmente é contra o aborto e mesmo assim declara ter feito aborto, diferente do seu candidato, não é mesmo? Você não se preocupa de ser mandada à prisão? Cuidado, os atuais cabos eleitorais de Serra quase espancaram a senadora Eva Bay (PSDB) por defender a legalização do aborto e olha que Eva Blay assim como Dilma Rousseff nunca fizeram aborto!
O problema Soninha é que a maioria das mulheres que morrem por fazer aborto não tem os recursos que você, cara Soninha Francine, uma mulher de classe média, tem pra se dirigir a uma clínica clandestina e fazer aborto assistido por médicos.
Tenha santa paciência e um pouco de dignidade, Soninha, todos os eleitores agradecem.
Da Coluna de Mônica Bérgamo, Folha 09/10/2010SONINHA E O ABORTO:
"DISCORDO DO MEU CANDIDATO" Soninha Francine, coordenadora da campanha de José Serra (PSDB-SP) na internet, já declarou publicamente que fez aborto. Ela discorda da posição do candidato sobre o tema. Mas diz que ele tem "direito de opinar": Folha - Você já declarou que fez um aborto.
Soninha Francine - Sou a favor da mudança da lei [para descriminalizar o aborto].
O que acha de o tema voltar à pauta eleitoral? Toda vez que esse tema entra em pauta, gera reações. E que elas sejam extremadas não é novidade, e não é só no Brasil. Agora, na eleição ele teve mais repercussão do que efeito no resultado. Ele estava presente o tempo todo. Nas primeiras sabatinas e entrevistas, sempre surgem essas pautas de aborto, união civil de homossexuais. As organizações contra a legalização do aborto se manifestam sempre energicamente.
O Serra defende que a lei seja mantida. Ele sempre disse isso. A Dilma quase sempre também disse isso.
Pela lei [que prevê detenção de até três anos para aborto], você poderia ter sido presa. Mas eu sou a favor da mudança da lei! Nesse ponto eu discordo do meu candidato.
Ele está equivocado? Eu discordo.
Os candidatos estão emparedados pela igreja? Não, o Serra sempre teve essa opinião. Se ela é pautada por uma visão religiosa ou pragmática, diferente da minha, é opinião dele. As minhas opiniões provavelmente façam com que eu perca votos. E é assim que é, que funciona.
Não é complicado homens públicos invocarem valores na discussão, já que o Estado tem que ser laico? O Estado tem que ser laico, mas as pessoas podem ter suas convicções religiosas. A discussão sobre células-tronco passou por isso. As instituições não têm o direito de impor suas crenças para o conjunto da sociedade. Eu sou budista e não mato nem pernilongo. Mas não vou combater a dengue por isso?
Os candidatos estão debatendo o aborto como questão de saúde pública? Eles se manifestam com cuidado. O que me interessa no debate eleitoral em relação à Dilma é ela ter dado declarações contraditórias.