Quando a desinformação vira arma político-partidária todos perdemos Por Conceição Oliveira: blog Maria Frô, twitter: @maria_froRelutei em entrar no debate sobre como a descriminalização do aborto está sendo usada pela direita raivosa ou dissimulada nesta campanha eleitoral, pelo simples fato de que independente de quem assuma a Presidência no Brasil esta não é uma decisão do EXECUTIVO, mas papel do CONGRESSO. É dele a tarefa de discutir projetos desta natureza.
Portanto, o que quer que cada candidato tenha dito durante a campanha eleitoral é sempre expressão de uma visão individual. Todos os candidatos inclusive, José Serra, – que tem a mania de reivindicar projetos que não são seus e se esquecer daqueles que, embora positivos, são espinhosos eleitoramente – no início da campanha trataram a temática do aborto como uma grave questão de saúde pública.
Ao longo da campanha eleitoral, uma outra campanha subterrânea que foi ignorada pela cúpula petista ganhou proporções perigosas, não apenas à vitória da candidata Dilma Rousseff, mas à democracia. Falo da campanha insidiosa levada a cabo por uma senhora que assina Doris Hipólito e responde ao mail dorisprovida@ig.com.br. Ela é uma das responsáveis pela disseminação na rede e no mundo offline de panfletos mentirosos sobre a candidata Dilma Rousseff e a questão do aborto, sobre a união civil de homossexuais e sobre outros tópicos do Plano Nacional de Direitos Humanos 3. Esta senhora além de disseminar notícias falsas como esta aqui, dissemina na rede visões conservadoras como a do jurista Ives Gandra, emitidas em canais de tevê, como se fossem um tratado isento de partidarismo, como se fossem a expressão da verdade.
Tal campanha omite que todos os princípios observados no PNDH3 estavam presentes nos PNDH anteriores aprovados durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Convido os leitores a ouvirem a entrevista do professor Paulo Sérgio Pinheiro que foi ministro do presidente Fernando Henrique Cardoso e responsável pela aprovação dos PNDH anteriores: CBN- Entrevista com Paulo Sérgio Pinheiro, membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e consultor do Programa Nacional de Direitos Humanos. Quando o assunto em pauta são os Direitos Humanos, professor Paulo Sérgio Pinheiro é uma das figuras públicas mais respeitáveis no país e internacionalmente. A entrevista é bastante didática e contribui para esclarecer que toda esta campanha insidiosa, mentirosa e perigosa que utiliza uma leitura atravessada dos princípios estabelecidos no PNDH3 de modo político-partidário contra o PT e a candidata Dilma Rousseff trata-se não da defesa da liberdade de expressão ou dos valores humanistas, mas de uma expressão reacionária contra os Direitos Humanos, promovida pela direta excludente e preconceituosa que não se conforma por estar fora do poder e está disposta a tudo para retomá-lo.
Convido ainda os leitores deste blog a ler o surpreendente relato do advogado Arnóbio Rocha sobre a agressão sofrida ontem na escola pela sua filha de 9 anos por colegas de classe ao declarar os votos de seus pais à candidata Dilma Rousseff: “Quando os pais transmitem seus ódios aos filhos contra Dilma, não estamos mais numa sociedade democrática rompem-se os laços“
Por outro lado há uma reação na própria esquerda, incluindo um membro da Comissão Nacional da Comunicação do PT que acusa as feministas pelas eleições presidenciais terem ido para o segundo turno. Este é o mesmo primarismo dos que acusam as feministas paulistas pela não eleição de Netinho de Paula ao Senado.
Estamos vivendo tempos de grande confronto de idéias e projetos políticos, espero que a sociedade brasileira use de bom senso e que estabeleça os valores democráticos e o apreço à verdade como bandeira política.
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