Recebo do André da Costa o @andrequimico a imagem abaixo. É assustadora a campanha mentirosa e de baixo nível que se faz para desinformar o eleitor.
Se você recebeu este lixo aí, jogue no lixo, ele não tem absolutamente nada de verdadeiro.
Repare as boboagens que se fala sobre o PNDH3, como por exemplo: dizer que ele defende o aborto (o que é mentira) e ainda por cima com gestação até os nove meses!
O que diz o PNDH3 sobre o aborto:
g) Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde. (Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 12.05.2010).
g) Implementar mecanismos de monitoramento dos serviços de atendimento ao aborto legalmente autorizado,garantindo seu cumprimento e facilidade de acessoResponsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da Justiça. Recomendação: Recomenda-se ao Poder Legislativo a adequação do Código Penal para a descriminalização do aborto.
Tenha paciência e acesse a íntegra do PNDH3 no tópico sobre Garantia do Direito à Saúde, à Previdência e à Assistência Social. Você verá se realmente o PNDH3 fosse acatado (detalhe, infelizmente ele não faz parte do programa de Dilma Rousseff) nosso país seria modelo em saúde pública.
Mas antes do PNDH3, houve o PNDH2 (que pode ser lido na íntegra aqui), assinado pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, vejamos o que ele diz na página 16:
referentes ao estupro, atentado violento ao pudor, posse sexual mediante fraude, atentado ao pudor mediante fraude e o alargamento dos permissivos para a prática do aborto legal, em conformidade com os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro no marco da Plataforma de Ação de Pequim.
Antes disso, em dezembro de 1992 o então senador Fernando Henrique Cardoso, eleito em 1986 saiu do senado,sem findar o seu mandato, para ser ministro das Relações Exteriores e depois da Fazenda, no governo Itamar Franco. Sua suplente era Eva Blay (PSDB). No dia 23 de junho de 1993, ela apresentou o Projeto de Lei no Senado n° 78/1993, revogando todos os artigos do Código Penal que criminalizam e penalizam a prática do aborto.
Ambas as ações de Serra, enquanto ministro, e de Eva Blay, enquanto senadora, devem ser louvadas, pois foram ações que visavam tratar o aborto como questão de saúde pública e não criminalizar as mulheres que o praticam.
No entanto durante a campanha eleitoral deste ano a esposa de José Serra, Mônica Serra, contribuiu para espalhar mentiras contra a candidata Dilma Rousseff dizendo que Dilma era "a favor de matar as criancinhas”.
Eu defendo tratar o aborto como caso de saúde pública e defendo a sua descriminalização. Por que defendo isso? Porque legal ou não milhares de mulheres abortam no Brasil. As que têm recursos financeiros abortam em clínicas clandestinas acompanhadas por médicos obstetras e contam porque têm dinheiro para pagar com todo tratamento médico necessário. As mulheres pobres que não têm cerca de cinco mil reais pra fazer um aborto recorrem a métodos terríveis, põem em risco a sua saúde e muitas vezes morrem ou ficam com sequelas para sempre. Assim, o aborto é uma questão de saúde pública no Brasil. Qualquer governo com o mínimo de responsabilidade deve pensar sobre isso. E atenção se José Serra tem algum mérito esse é um deles, quando Ministro da Saúde ele assinou norma técnica para a realização do aborto em casos legais.
Mulheres católicas e evangélicas já se posicionaram sobre a questão do aborto considerando-o como uma questão de saúde pública.
Em todos os países onde o aborto não é criminalizado a taxa de mulheres que decidem pelo aborto cai bastante e obviamente a mortandade das mulheres. Por quê? Porque há todo um trabalho feito por profissionais do Estado entre eles assistentes sociais, psicólogos que além da prevenção da gravidez indesejada orienta as adolescentes e oferece saídas àquelas que estão em dúvida em relação ao aborto, muitas mulheres com apoio decidem por não abortar.
Por isso panfletos como os que reproduzo abaixo são caso de polícia, porque lidam com tabus, medos e a desinformação das pessoas, especialmente aqueles que professam alguma religião. Os adversários de Lula e Dilma tentam demonizar a candidata Dilma Rousseff e seu partido. Isso é ação de pessoas covardes e que desejam impedir a vitória da candidata democrática que representa a continuidade do governo Lula, o governo mais transformador que tivemos na realidade tão excludente deste país. Não se deixe enganar.
Se você receber algum e-mail demonizando Dilma, responda ao remetente problematizando: nem Dilma, nem Serra podem ser demonizados em relação a esta questão.
Lembre-se ainda que diferente do governo elitista do PSDB, de FHC, o governo Lula sempre manteve diálogo franco e aberto com as entidades religiosas, assim como outras entidades da sociedade civil, reconhecendo seu importante papel como ente social na construção da nação, buscando mediar conflitos e polêmicas, em busca de consensos que representem de fato a vontade e o pensamento do povo brasileiro.
Todos os partidos tem pessoas favoráveis à descriminalização do aborto ou contrárias a ela e fazer desta questão uma moeda eleitoral, especialmente usando a desinformação não é um bom caminho. Podemos chegar a este nível grotesco aqui. Clique no twitpic do André para ver a imagem ampliada