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Por Thaís Campolina
Depois de duas edições e mais de 100 vídeos transmitidos ao vivo, a Virada Feminista Online lança agora site para reunir os vídeos produzidos durante os eventos ocorridos em 2016 e de 2017. Em ambas as ocasiões, ativistas, pesquisadoras, especialistas da área de saúde, juristas, artistas, coletivos presenciais e virtuais, sites, movimentos e ONG’s se manifestaram a favor da legalização do aborto ao vivo pelo Facebook.
A programação do evento contou com 24 horas de transmissões nos dois anos e um Esquenta na edição mais recente. Grupos e pessoas como Think Olga, Rede Feminista de Juristas, Blogueiras Feministas, Catarinas, Intervozes, Anis - Instituto de Bioética, SOS Corpo, Católicas pelo Direito de Decidir, Emanuelle Goes, Joanna Burigo, Winnie Bueno, Melania Amorim, Lúcia Xavier, Djamila Ribeiro, Joice Berth, Elisa Lucinda e outras trouxeram argumentos sobre autonomia, saúde pública, racismo e direito para defender o fim da criminalização do aborto.
A criação desse acervo tem o objetivo de facilitar o acesso aos argumentos favoráveis à legalização do aborto no Brasil e no mundo. Nicarágua, Argentina, Peru, Colômbia, Moçambique e outros países também fizeram parte desse evento que busca promover um debate fora do escopo da moral cristã sobre um tema tão cercado de tabus.
O lançamento do site foi marcado para o dia oito de março por essa data ser simbólica para a luta das mulheres e pelo aniversário de um ano da ADPF 442, ação que questiona os artigos do Código Penal que criminalizam o aborto.
A criminalização do aborto é uma violação dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. É dessa afirmação que muitas participantes do evento partem seus raciocínios. Karina Buhr, cantora, compositora e poeta, afirma no vídeo que fez para a primeira Virada que o certo não é a mulher fazer o aborto nessa situação clandestina e insegura. O certo é ela fazer o que ela quiser com seu corpo dentro da segurança completa. Para ela, só há mortes e complicações hoje por conta da proibição.
A peruana Susana Chavez, diretora executiva da PROMSEX, comentou em seu vídeo que diversas organizações de direitos humanos e também a OMS consideram que a gravidez forçada é uma violação aos direitos. Ela explicou também que nenhuma mulher quer se ver nessa situação e que, infelizmente, quem acaba correndo mais riscos são as pobres que não possuem autonomia e não podem pagar por um procedimento mais seguro.
O Brasil e a América Latina vivem um momento de efervescência da luta das mulheres e a os prejuízos da criminalização do aborto são uma pauta importante devido ao alto número de mortalidade materna da região e às ameaças frequentes de retrocessos aos direitos já conquistados. Estatuto do Nascituro, PEC 181 e outros projetos de leis e de emendas à Constituição são alguns exemplos do conservadorismo presente no legislativo brasileiro.
Durante o Dia da Mulher, a Virada promoverá um tuitaço com a hashtag #AbortoLegal no Twitter. Acompanhe aqui.
Acesse a plataforma aqui.