A expressão "ativismo de sofá" geralmente é usada para designar de forma pejorativa quem se dedica a denunciar o que lhe parece incorreto ou escrever sobre o que lhe parece correto, utilizando as redes sociais, conversas de bar, um blog, um podcast, ou uma pequena faixa erguida no meio de uma marcha.
Limpeza Étnica na República Dominicana

Imagem: internet
Uma crise humanitária de proporções drásticas está em curso na ilha de Hispaniola. Está em curso na República Dominicana uma limpeza étnica que expulsa trabalhadores sem documento do Haiti e alguns Dominicanos de descendência haitiana. A limpeza, que seguiu adiante à revelia de pedidos da comunidade internacional e grupos de direitos humanos, tem como alvo 200.000 pessoas, incluindo uma alta parcela de trabalhadores de mão-de-obra barata. A limpeza resulta de uma decisão judicial que retira o direito à nacionalidade de Haitianos nascidos na República Dominicana depois de 1929. A lei também nega a cidadania a crianças nascidas na República Dominicana mas que são filhas de imigrantes sem documentos. Para serem consideradas cidadãs, as crianças precisam ser filhas de pelo menos uma pessoa Dominicana. Para piorar o problema ainda mais, muitos Haitianos Dominicanos não nasceram em hospitais e não possuem documentos que comprovem a legalidade de suas residências. As deportações em massas estão sendo executadas pelo exército que está capturando imigrantes e qualquer pessoa que "pareça haitiana". Se as pessoas não mostrarem a documentação apropriada, elas são retiradas do país em caminhões. Um relatório da Anistia Internacional detalha a história de um haitiano que nasceu na República Dominicana e foi deportado porque ele não tinha posse de seus documentos no momento que o exército o abordou. “Wilson Sentimo, um dominicano descendente de haitianos, foi a única pessoa que não tinha uma identidade consigo. Mesmo tendo falado aos oficiais que ele era dominicano, o exército o prendeu e o forçou a embarcar no caminhão dizendo a ele que ele é 'haitiano', A Anistia reporta. "Ele foi primeiramente enviado ao posto em Mao e depois para a cidade de Dajabon juntamente com 30 outras pessoas. Dali eles foram deportados pro Haiti." O Sentimo ficou preso no Haiti porque ele não tem os documentos corretos para reentrar no país em que nasceu. As razões dessa limpeza étnica são obscuras. O governo dominicano disse que é para reprimir trabalhadores ilegais, que são um peso na economia. Os haitianos foram 90 por cento dos imigrantes na República Dominicana, mas são somente 5% da população, de acordo com o Yahoo Notícias. Os haitiano acreditam que se trata de uma questão racial. A maioria dos dominicanos são o que os americanos chamariam de latinos, uma mistura entre indígenas e europeus. Os haitianos são negros. Além de se tratar de uma violação massiva de direitos humanos, o expurgo está causando tensão nos recursos do Haiti, que já é um país em estado de pobreza que luta para se recuperar dos efeitos de um terremoto. A Imprensa Associada (Associated Press) disse que Saint-Soi Souverin, um trabalhador de 35 anos, foi recentemente deportado ao seu país de origem. De acordo com o noticiário, as autoridades deportaram o trabalhador braçal juntamente com sua esposa e quatro crianças essa semana, "o que o deixou sem entender o quê ele iria fazer no Haiti" - país que ele deixou aos 17 para trabalhar na República Dominicana, que possui uma economia melhor que a do Haiti. "Eu não consigo entender", ele disse em espanhol enquanto sua filha mais nova dormia no chão de cimento na quinta-feira. "Eles me enviaram pra cá de mãos vazias. Tudo que eu tenho ficou pra trás." Além de deportar trabalhadores braçais que possuem poucos recursos, a limpeza também está criando um problema social imenso, já que muitos dos deportados estão sendo jogados em uma cultura totalmente diferente, onde eles não possuem famílias e nem falam a língua. Os dominicanos falam espanhol, ao passo que os haitianos falam francês. Alguns dos deportados não são reconhecidos como cidadãos de nenhum país, o que os deixa efetivamente sem estado. "Uma mulher mais velha reclamou que as autoridades dominicanas querem chutar todo mundo com pele negra até que seu filho - ávido por retornar assim que ela estiver segura - a silenciou", de acordo com o Yahoo Notícias. "Eu não possuo família aqui", disse Brevil Meristil ao Yahoo Notícias. "O estado haitiano é minha família agora", ele disse. O Yahoo Noticias disse que o presidente haitiano Michel Martelly prometeu cuidar de todos os deportados. A expectativa é que o país receba pelo menos 30 mil pessoas. Texto Traduzido da Fonte: http://atlantablackstar.com/2015/06/22/thousands-dominican-born-haitians-dumped-back-nation-lacks-resources-handle/ Confira também a page Dominicanos x Derechos aqui.