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Por Ali Abunimah (Electronic Intifada)
Tradução: Arabizando
Um incidente, "o primeiro do tipo", ocorreu hoje: A UNRWA, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, encontrou armas em uma das centenas de escolas que a mesma gere na Faixa de Gaza. A escola estava vazia, e as armas foram removidas rapidamente.
É importante sublinhar este incidente pela forma que Israel e seus apologistas já estão deturpando e descontextualizando o mesmo para justificar o massivo e ilegal bombardeamento de civis e de infraestrutura civil na Faixa de Gaza.
Nos últimos onze dias, ataques israelenses mataram mais de 220 pessoas, a grande maioria civis.
Cerca de 50 desses mortos são crianças, e mais de 1,500 pessoas foram feridas.
Israel tem um longo histórico de ataques e abusos de escolas da UNRWA, e de fabricar falsas afirmações sobre o uso impróprio dessas escolas por combatentes palestinos.
Ainda assim, aqueles que super-elevam um incidente isolado como justificativa dos ataques israelenses em civis, muito provavelmente não irão vos contar que essa semana a UNRWA exigiu que Israel "pare com os ataques contra civis e infraestrutura civil, que são contrários ao direito internacional."
"Primeiro do tipo"
Aqui está o que aconteceu, de acordo com o press release da UNRWA de 17 de Julho:
Ontem, no curso da inspeção regular de suas premissas, a UNRWA descobriu aproximadamente 20 foguetes em uma escola abandonada na Faixa de Gaza.
A UNRWA condena fortemente o grupo, ou grupos, responsável pela colocação dessas armas em suas instalações. Essa é uma violação flagrante da inviolabilidade de suas premissa sob o direito internacional. Este incidente, o qual é o primeiro do tipo em Gaza, coloca em perigo a vida de civis, incluindo funcionários da organização, e coloca em risco a missão vital da UNRWA em assistir e proteger os refugiados palestinos em Gaza.
Imediatamente após a descoberta, a Agência informou as partes relevantes e sucedeu nas medidas necessárias para a remoção dos objetos em ordem de preservar a segurança da escola. A UNRWA lançou uma extensa investigação nas circunstancias desse incidente.
O site Middle East Monitor cita uma fonte da ONU afirmando que "aquelas autoridades que contactamos estão sob autoridade do governo de unidade nacional em Ramallah, agora que o Hamas deixou oficialmente o governo."
Aquelas autoridades "prometeram assegurar que a mensagem seja passada adiante para que nenhuma das partes viole a neutralidade da UNRWA", a fonte afirmou ao Middle East Monitor, "e subsequentemente, a policia veio para recolher essas armas".
A UNRWA está certa em condenar o uso de uma escola dessa maneira e em insistir que "a neutralidade de suas premissas, incluindo a política restrita de não permitir armas, e as inspeções rotineiras de suas instalações, que assegura que a mesma é apenas usada para propósitos humanitários.
Falsas acusações sobre as escolas da UNRWA
A UNRWA, em sua precisa e forte condenação da descoberta de armas, afirma que este incidente é o "primeiro do tipo". Mas a imprensa israelense tem frequentemente acusado falsamente o contrário.
Em Outubro de 2012, por exemplo, a UNRWA foi forçada a refutar tais acusações da imprensa, de que foguetes estariam sendo atirados de escolas da UNRWA durante a "Operação Chumbo Fundido" de Israel em 2008-2009.
Àquela altura, a UNRWA declarou:
Apenas um mês após essa declaração, durante o bombardeamento israelense de Gaza em Novembro de 2012, a UNRWA condenou a "criação" israelense de imagens e tweets que falsamente alegavam o disparo de foguetes de uma escola da UNRWA.
Seguindo esses protestos, o exército israelense retirou do ar uma animação em vídeo fabricada e colocada online.
Aquelas autoridades "prometeram assegurar que a mensagem seja passada adiante para que nenhuma das partes viole a neutralidade da UNRWA", a fonte afirmou ao Middle East Monitor, "e subsequentemente, a policia veio para recolher essas armas".
A UNRWA está certa em condenar o uso de uma escola dessa maneira e em insistir que "a neutralidade de suas premissas, incluindo a política restrita de não permitir armas, e as inspeções rotineiras de suas instalações, que assegura que a mesma é apenas usada para propósitos humanitários.
Falsas acusações sobre as escolas da UNRWA
A UNRWA, em sua precisa e forte condenação da descoberta de armas, afirma que este incidente é o "primeiro do tipo". Mas a imprensa israelense tem frequentemente acusado falsamente o contrário.
Em Outubro de 2012, por exemplo, a UNRWA foi forçada a refutar tais acusações da imprensa, de que foguetes estariam sendo atirados de escolas da UNRWA durante a "Operação Chumbo Fundido" de Israel em 2008-2009.
Àquela altura, a UNRWA declarou:
"Nós ouvimos esta desinformação durante a guerra, quando havia o bombardeamento israelense em escolas e à volta das mesmas, e em nosso principal armazém em Gaza," disse o porta-voz da UNRWA, Chris Gunnes, "mas oficiais israelenses se fizeram claros para a ONU durante a própria guerra, que eles sabiam que as acusações sobre militantes nas instalações da UNRWA eram completamente falsas. A repetição não confirmada e constante dessa desinformação tem sido prejudicado muito a Agência e tem produzido um tipo de jornalismo muito pobre e tendencioso, o qual eu continuarei a confrontar. Esta é a terceira vez em poucos meses que uma organização líder de noticias emitiu uma retratação publica por conta da falsa informação acerca da UNRWA."
Apenas um mês após essa declaração, durante o bombardeamento israelense de Gaza em Novembro de 2012, a UNRWA condenou a "criação" israelense de imagens e tweets que falsamente alegavam o disparo de foguetes de uma escola da UNRWA.
Seguindo esses protestos, o exército israelense retirou do ar uma animação em vídeo fabricada e colocada online.
Bombardeando escolas
No último dia apenas, três escolas da UNRWA foram danificadas - uma clínica de saúde e uma escola para garotos em Rafah, sul da Faixa de Gaza, e uma escola para garotas em Khan Younis.
De acordo com o relatório de situação de 16 de Julho da UNRWA, 58 instalações da Agência foram danificadas desde 1 de Junho, a grande maioria sendo escolas.
O fato de que escolas são tão vulneráveis que as crianças não estão lá, é um grande problema porque as escolas também servem como abrigos de emergência.
Até a data de hoje, a ONU relata que mais de 22,000 p essoas que fugiram dos ataques israelenses ou de ameaças de ataques nas áreas norte e oriental de Gaza, então abrigadas em 24 escolas da UNRWA.
No total, a ONU relata que 81 escolas (da UNRWA e governamentais) foram atingidas e danificadas pela atual ofensiva israelense.
Destruição massiva
Os mais casos de danos às escolas, tristemente, não são novidades também.
Um relatório de 2009 pela OXFAM, Anistia Internacional e outras 14 agencias humanitárias europeias, afirmou durante a ofensiva israelense denominada "Operação Chumbo Fundido", em 2008-2009, que:
"Durante a ofensiva militar, 18 escolas foram destruídas (incluindo oito do governo, duas privadas, e oito creches) e pelo menos 280 foram danificadas. Seis das escolas governamentais destruídas estavam no norte de Gaza apenas, afetando cerca de 9,000 estudantes que tiveram que ser relocados para outras escolas.
Durante o ataque, de acordo com relatório, 164 estudantes e 12 professores públicos foram mortos durante a ofensiva israelense.
Isso, para além dos outros 454 estudantes e cinco professores que foram feridos. 86 crianças e três professores de escolas da UNRWA foram mortos e mais 402 alunos e 14 professores foram feridos.
O que isso significa é que com 18 escolas destruídas e 280 danificadas - 46 por cento - quase metade - de todas as escolas de Gaza foram atingidas pelo exército israelense.
Crianças estavam tão traumatizadas e com medo de voltarem à escola que a UNRWA teve que colocar à disposição programas especiais de terapia.
As escolas, para além de estarem danificadas, não poderiam ser facilmente recuperadas, ou providenciar bens básicos, como livros, por causa do corrente cerco israelense à Gaza.
Violando as escolas da UNRWA
Em soma à massiva destruição militar, Israel tem um longo histórico de violar escolas das Nações Unidas.
Alguns exemplos incluem atirar e matar estudantes em suas mesas, usar escolas como centros de detenção e de interrogatórios, e lançar gás lacrimogêneo em alunos.
Um caso isolado, rapidamente condenado e administrado pela UNRWA, não pode se tornar uma justificativa para o obscuro registro israelense de ataque à civis, inclusive de escolas, crianças e professores.