A bobagem de que esta eleição de SP é a mais disputada da história
Em São Paulo, com exceção de 2016, quando João Doria ganhou no primeiro turno, as eleições costumam ser sempre disputadas
Matéria de O Globo em uma coluna chamada Pulso (tá ruim o pulso deste povo) afirma que São Paulo tem a disputa mais acirrada desde a redemocratização.
Como bem sabemos, um monte de desavisados vai passar a repetir isso como um mantra.
Pois bem, é bobagem pura. Bulshit, como dizem os gringos. Que, infelizmente, tem infestado nossa mídia, que não se curva aos fatos.
Em 1988, João Leiva e Maluf disputavam pau a pau as eleições para a prefeitura de São Paulo. Na reta final, Erundina que vinha em terceiro acelerou e passou os dois. Foi uma eleição pra lá de disputada.
Mas como o jornalista que fez a matéria de O Globo pode ser jovem, vamos para 2012. Separei para destaque o print da manchete da Folha do domingo da eleição.
Serra, Russomano e Haddad apareciam empatados, sendo que numericamente Haddad era o 3º com 24%.
Ao final Serra teve 30,76% dos votos válidos, enquanto Haddad recebeu 28,99%, e Celso Russomanno, do PRB, 21,6%.
Ou seja, morreu neves.
Em São Paulo, com exceção de 2016, quando João Doria ganhou no primeiro turno, as eleições costumam ser sempre disputadas.
Não estou dizendo que a atual não será. Mas isso não é exceção, é regra.
O que se pode garantir é que o campo progressista unificado deve ter seus 30% com Boulos neste certame. Como teve com Haddad em 2012 e com Boulos + Tatto em 2020.
E como também teve em 2008, 2004, 2000 e assim por diante. O ano que fugiu da curva foi 2016, no auge da Lava Jato, mas mesmo assim, juntos Haddad e Marta (ainda muito identificada com o PT) tiveram em torno de 25% dos votos.
O segundo turno será de Boulos x alguém. O tempo dirá se Pablo Marçal perdeu o fôlego ou se ainda pode surpreender e tirar Nunes da disputa.
O resto é conversa mole de quem ou não conhece política ou não conhece São Paulo. Ou os dois.