"MORRE MINHA OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ"

Padre Fábio de Melo faz revelação bombástica sobre relação com o pai quando criança

No programa Conversa com Bial, o religioso relembrou momentos de infância e a mãe falecida

Padre Fábio de Melo recorda problemas que teve com sua mãe e seu pai.Créditos: Reprodução/Tudo Mais
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O Padre Fábio de Melo revelou dificuldades familiares que teve durante a infância no programa Conversa com Bial, nesta sexta-feira (27). Convidado pelo lançamento de seu livro A Vida É Cruel, Ana Maria: Diálogos Imaginários Com Minha Mãe, ele comentou sobre um acontecimento com seu pai que mudou o rumo de sua vida.

Na epígrafe do livro, Fábio de Melo escreveu "Depois que morre a minha mãe, morre também a minha obrigação de ser feliz", referindo-se ao falecimento de Ana Maria de Melo, vítima de Covid-19 em março de 2021. 

Bial questionou se a frase seria uma confissão de desencanto, de desistência, ou um grito de libertação. "É um grito de libertação. Sempre que pensava na morte da minha mãe eu sabia que seria o pior dia da minha vida. Então eu vivi de fato o pior dia da minha vida. E quando eu vivi a experiência definitiva daquela finitude com ela, da minha relação com ela, vivi uma libertação também. Eu agora posso morrer", respondeu o padre.

Quando ela morreu foi a primeira coisa que pensei: 'pronto, agora se eu não quiser ser feliz eu não preciso mais'. Claro, não é a minha opção, mas é, de fato, uma realidade que se apresentou pra mim.

A revelação sobre o pai

De acordo com Fábio, seu livro trata de dificuldades em encarar suas próprias limitações, sobretudo o controle emocional. Ele conta que foi exposto desde cedo a sentimentos para os quais não estava preparado, como a descoberta da traição do pai.

"A traição do meu pai eu que descobri. Eu era um menino. Devia ter uns 6, 7 anos. Foi horrível, eu estava com ele. Ele, acreditando na minha inocência, que não estava identificando o que estava acontecendo. Não sei se ainda existe, mas tinha um chocolate naquela época que só os meninos ricos comiam. E eu comia toda vez que meu pai traía a minha mãe", revelou ele.

Além do adultério, o pai também lidava com o alcoolismo. O padre afirma que encara um medo de transformar-se no seu pai quando alcoolizado, que ele descreveu como "um homem completamente diferente do homem sóbrio que nós tínhamos no dia a dia".

É uma coisa que insisto muito como padre nas minhas pregações. O álcool destruiu a minha casa, continua destruindo pois ainda é um problema na vida de alguns irmãos. Se eu me concedesse o direito de beber de vez em quando eu tenho medo de me transformar no meu pai.