“TSE de Coppola”, presidido por Barroso, e a “nova política” atacam novamente, por Cleber Lourenço

É o mesmo Barroso que, sendo presidente do TSE, avançou contra o voto popular um dia após dar um contundente voto em desfavor de decisões monocráticas no STF e que decidiu, depois, ir contra a vontade popular que elegeu o senador do dinheiro na cueca, utilizando de suas prerrogativas para proceder de maneira individual.

Foto: Tribunal Superior Eleitoral.
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Não foram poucas as vezes que elenquei em minhas colunas as razões para afirmar que Roberto Barroso, ministro do STF, é prejudicial para o processo político e para a política brasileira.

Desde maio, já tinha uma ligeira preocupação com um militante do partido da Lava Jato, logo, um militante da antipolítica, assumindo a presidência de um tribunal essencialmente político, como o Tribunal Superior Eleitoral.

Depois dos brasileiros defenderem o TSE em função do caos nas eleições norte-americanas, o tribunal foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter após lançar, na manhã deste domingo (8), a campanha “Fique do lado da democracia”, estrelada por Caio Coppola e Gabriella Prioli.

Coppola é apontado pelas redes e por políticos como um costumaz disseminador de fake news, além de ser um fervoroso militante antipolítica.

A campanha, é claro, foi compartilhada nas redes sociais pelo presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.

Com isso, o TSE dificulta a percepção entre o que é falacioso ou mentira no debate político, ao dar espaço para esse tipo de gente. Em outubro desse ano, o TSE de Barroso, já havia feito outra campanha, desta vez com o bolsonarista Alexandre Garcia, que já deu declarações favoráveis ao uso de cloroquina no combate à Covid-19, que não tem eficácia comprovada pela ciência.

Infelizmente, o ministro não surpreende e segue de maneira criteriosa a cartilha da “nova política” (leia-se antipolítica), que busca minar a credibilidade das instituições perante a opinião pública.

É o mesmo Barroso que, sendo presidente do TSE, avançou contra o voto popular um dia após dar um contundente voto em desfavor de decisões monocráticas no STF e que decidiu, depois, ir contra a vontade popular que elegeu o senador do dinheiro na cueca, utilizando de suas prerrogativas para proceder de maneira individual.

Historicamente, Barroso sempre foi um defensor das decisões colegiadas. Durante uma palestra, em 2016, o ministro declarou: “O Supremo está virando tribunal de cada um por si, julga monocraticamente. Criamos tribunal de decisões monocráticas porque nesse quantitativo não se dá conta”.

O nosso sistema político precisa se blindar e garantir que não será tomado por figuras da antipolítica. Onde há esse pensamento, há desmoralização, destruição e corrosão da institucionalidade.

Uma pena que figuras assim venham a ter destaque. Perdem os brasileiros, perde a República.

Rodrigo Maia definiu bem o que é a "nova política":

"Não fazer nada (acrescento: ou atacar instituições) e ficar esperando aplauso pelas redes".