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Jornalista americano exalta o SUS após acidente: "nos EUA, seria impensável"

Terrence McCoy, chefe da sucursal do The Washington Post no Rio de Janeiro, relatou em artigo seu espanto após ser tratado sem pagar nem um centavo

Terrence McCoy.Créditos: Arquivo Pessoal
Escrito en SAÚDE el

O jornalista norte-americano Terrence McCoy, chefe da sucursal do The Washington Post no Rio de Janeiro, fez um elogio contundente ao Sistema Único de Saúde (SUS) após sofrer um acidente no Brasil e ser atendido gratuitamente. O episódio ocorreu em Paraty, litoral sul do Rio de Janeiro, durante uma viagem de férias com sua esposa e filho.

McCoy relatou que foi atingido por uma pesada porta de ferro, que se desprendeu e caiu sobre ele. O impacto o deixou tonto e ensanguentado. Ele desmaiou logo após o acidente, mas foi rapidamente socorrido e levado ao Hospital Municipal Hugo Miranda. O jornalista detalhou a experiência em um artigo publicado no último dia 29 de junho, no site do Washington Post.

"Afastei-me cambaleando e agarrei a cabeça, só me dando conta do quanto estava ferido quando puxei a mão e vi que estava coberta de sangue. Caí no chão, gritei por minha esposa e, subitamente tonto, ouvi vozes abafadas começando a gritar para alguém chamar uma ambulância", escreveu.

"Mesmo depois de seis anos no Brasil, confesso que um dos meus primeiros pensamentos foi teimosamente americano: Quanto isso vai me custar? Seis horas depois, após uma viagem de ambulância, tomografia computadorizada, raio-X do crânio e seis pontos na cabeça, tive minha resposta: US$ 0."

Contrastes entre Brasil e EUA

Acostumado a utilizar a rede privada durante seus anos vivendo no Rio de Janeiro, McCoy demonstrou surpresa e admiração com a estrutura pública de saúde brasileira. Para ele, a experiência se transformou em uma reflexão sobre os contrastes entre os sistemas de saúde dos dois países.

"Em um momento em que a assistência médica continua sendo uma das questões mais controversas em Washington, minha admissão inesperada em um hospital público brasileiro serviu como uma espécie de aprendizado sobre um sistema fundamentalmente diferente", afirmou.

O jornalista também destacou que o direito à saúde está garantido na Constituição brasileira, o que permite acesso universal e gratuito a todos os cidadãos — além de milhões de residentes estrangeiros — através do que descreveu como “o maior sistema público de saúde do mundo”.

Apesar dos elogios, McCoy não deixou de apontar os desafios enfrentados pelo SUS. Ele reconheceu que o sistema sofre com longas filas, greves de profissionais e falta de recursos, além de ter sido severamente sobrecarregado durante a pandemia de Covid-19.

"O SUS está longe de ser perfeito. Pacientes esperam em longas filas por atendimento especializado. Legisladores o deixam subfinanciado. Trabalhadores entram em greve rotineiramente. O sistema ficou sobrecarregado durante os piores dias da pandemia e os hospitais começaram a recusar pacientes, gerando cenas de desespero em todo o país", ponderou.

 

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