A disputa entre o Executivo e o Legislativo em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) gerou forte repercussão negativa nas redes sociais, com o Congresso Nacional sendo o principal alvo de críticas. Segundo levantamento do instituto Quaest, divulgado nesta sexta-feira (4), 61% das menções analisadas atribuíram sentimentos negativos ao Parlamento. Em contraste, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concentrou apenas 11% de conteúdos negativos, enquanto 28% das postagens foram classificadas como neutras.
O monitoramento da Quaest abrangeu postagens realizadas entre os dias 24 de junho e 4 de julho nas principais redes sociais — como X (antigo Twitter), Instagram, Facebook e YouTube — além de sites de notícias. No total, foram coletadas 4,4 milhões de menções relacionadas à disputa entre os poderes, com um alcance médio de 32 milhões de contas por hora.
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O debate atingiu volume médio de 18 mil menções por hora, superando o de outros episódios recentes de grande mobilização online, como o escândalo de fraudes no INSS (15 mil menções/hora), a abertura do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 (10 mil/hora) e até mesmo o anúncio do aumento do IOF, que gerou 595 menções por hora.
Inimigos do povo
A crise ganhou força a partir de 25 de junho, quando o Congresso rejeitou o aumento do imposto, provocando uma onda de reações negativas. Nesse período, mais de 300 mil postagens usaram a hashtag #InimigosDoPovo, numa campanha de rejeição aos parlamentares.
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Outro pico de insatisfação ocorreu nesta semana, com críticas voltadas especialmente ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que passou a ser um dos principais alvos dos internautas.
A pesquisa reforça a percepção de que o desgaste da imagem do Congresso nas redes sociais vem se intensificando, especialmente em momentos de confronto direto com o Executivo. Ao mesmo tempo, o governo Lula tem conseguido escapar de maiores danos, ao menos nesse episódio específico, segundo os dados da Quaest.