O Brasil não aguenta mais a irresponsabilidade, os crimes, os horrores e a desumanidade de Jair Bolsonaro. O resultado desses 40 meses de governo é um país com 12 milhões de desempregados e outros 38 milhões de trabalhadores na informalidade. A fome, miséria, carestia e inflação registram índices recordes.
A saúde, por exemplo, ficará com uma herança de mais de 660 mil mortos pela covid-19 – graças ao negacionismo do presidente – e o desmatamento na Amazônia cresce em um patamar jamais visto em toda a nossa história. Não há um único segmento que o capitão terá deixado intocado no final de seu governo. Bolsonaro desmantelou o país e deixará um legado de destruição para a população brasileira e os futuros governantes que o sucederão a partir do ano que vem.
Mesmo com indicadores tão ruins, ele busca sua reeleição e, infelizmente, tem o apoio de uma parcela da população que se identifica com as ideias de extrema-direita e/ou se deixa levar pelas mentiras (ou fake news) disparadas toda vez que um escândalo de seu governo é revelado. No mais recente, Milton Ribeiro, o ministro da Educação, foi pego em gravações dizendo repassar verbas da pasta para municípios indicados por dois pastores a pedido do presidente. Após o caso ter ocupado as páginas do noticiário, Ribeiro pediu demissão e, para abafar o caso, rapidamente a rede bolsonarista aumentou a dose de notícias falsas na internet para criar cortinas de fumaça e desviar do assunto, mostrando que essa será a tática para as eleições deste ano. E nós, dos movimentos populares e sociais, teremos a missão de combater essas ofensivas que quase sempre tem como alvo o nosso pré-candidato: o ex-presidente Lula.
Enquanto Bolsonaro faz o seu jogo sujo com o apoio de empresários criminosos e do Centrão (com Orçamento Secreto), a população mais vulnerável do país sofre com o sucateamento das políticas de combate à pobreza no país. Ele odeia os pobres e nós não podemos permitir que faltem alternativas para quase 60% da população brasileira que não têm comida no prato. A desigualdade social aumentou muito neste governo e tem provocado mortes no nosso país. Há mais de 125 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar e outras 200 mil vivendo nas ruas por não ter onde morar. A destruição das leis trabalhistas resulta na menor renda do trabalhador em 10 anos. Muitos estão adoecendo por não conseguir mais arcar com os sucessivos aumentos na conta de luz, do gás de cozinha, dos combustíveis, dos medicamentos e dos alimentos. Também sob o governo Bolsonaro, os conflitos no campo saltaram e dados apontam para uma alta de 61% nos assassinatos de indígenas.
As eleições deste ano representam uma oportunidade histórica para mudar os rumos do país. Estamos trabalhando com forte apoio popular, não só para fortalecer a candidatura do ex-presidente Lula, mas também para eleger o maior número de deputados para dar sustentação a um eventual governo progressista no país. Por mais que Lula lidere todas as pesquisas de intenção de voto, o jogo não está jogado, portanto, não está ganho. Não tem céu de brigadeiro, a disputa será duríssima. A burguesia e o governo têm instrumentos e jogam baixo. As mobilizações de rua e as ações pelo fim deste desgoverno são de extrema importância não só para combater a nefasta agenda conservadora e neoliberal em curso no país, mas também para demonstrar a força e união dos movimentos populares. Estamos prontos para enfrentar qualquer tentativa de golpe – caso decidam não aceitar o resultado das urnas eletrônicas.
No último mês, a Central de Movimentos Populares (CMP) saiu às ruas em dois grandes eventos: Em 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, nosso coletivo de mulheres participou de atos que tiveram como pauta principal “Bolsonaro, Nunca Mais”. Já no dia 17, levamos milhares de pessoas às principais vias do país pelo Despejo Zero e, graças a nossa luta, o Supremo Tribunal Federal estendeu por mais três meses a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828, garantindo que meio milhão de pessoas fiquem em suas casas enquanto durar a pandemia da covid-19. E é exatamente essa força que Bolsonaro teme e tenta, por meio de projeto de lei, barrar, a exemplo do que fez recentemente quando propôs mudanças na lei antiterrorismo, com o objetivo de intimidar e criminalizar os movimentos populares.
Não vamos nos acovardar com os ataques de Bolsonaro. Afinal, não somos nós que armamos a nossa população, que matamos a nossa gente com ausências de políticas públicas e nem atacamos a frágil democracia brasileira.
Por isso, novamente convocamos a população a sair às ruas no próximo dia 9 de abril em todo o país. Movimentos populares, sociais, sindicais e demais entidades que integram a Campanha Fora Bolsonaro farão em diversas cidades brasileiras mobilização com o tema “Bolsonaro Nunca Mais, contra o aumento dos combustíveis e do gás, não ao desemprego e a fome”. A CMP, assim como fez em 2021, estará mais uma vez nas ruas para denunciar a gravidade da crise econômica, social, ambiental e cultural que assola o nosso país e, assim, fortalecer a pré-candidatura do ex-presidente Lula.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum