Oito em cada 10 deputados defendem exploração de petróleo na Amazônia, mas a população está dividida

Deputados e senadores mostram apoio à exploração de petróleo na Amazônia, apesar das preocupações ambientais e da oposição de parte da população

Créditos: Divulgação/Instituto Onça Pintada
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Deputados e senadores se dizem "representantes do povo", mas frequentemente priorizam os interesses de grandes empresas. Um exemplo disso foi a derrubada dos vetos de Lula na lei das eólicas offshore, que aumentará em 3,5% as tarifas de energia, segundo a Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE).

A pesquisa da Quaest, divulgada em 2 de julho, revela que 8 em cada 10 deputados defendem a exploração de petróleo na Amazônia, especialmente na Foz do Amazonas, onde metade da população é contra. O levantamento, realizado entre 7 de maio e 30 de junho com 203 deputados, mostra que 83% dos parlamentares são favoráveis à exploração, enquanto 10% se opõem.

Esse apoio ao petróleo na Amazônia não reflete a opinião da população. Segundo a Pesquisa CNT de Opinião, 49,7% dos brasileiros são contra a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, enquanto 20,8% apoiam a atividade.

Vinculação política 

A pesquisa também revelou que o apoio à exploração varia conforme a vinculação política.

Entre os deputados da base governista, 77% são favoráveis, enquanto 88% dos independentes e 92% da oposição também defendem a exploração. Ideologicamente, 67% dos deputados de esquerda, 91% da direita e 93% do centro apoiam a medida.

A Foz do Amazonas é uma das regiões mais biodiversas do mundo, com ecossistemas essenciais para a regulação climática. A exploração de petróleo aumenta o risco de desastres ambientais, como vazamentos de óleo, devido à fragilidade da área.

Mesmo com esses riscos, o Senado criou a “Frente Parlamentar em Defesa da Exploração de Petróleo na Margem Equatorial do Brasil”, presidida pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). O senador defende que, sem novos investimentos em exploração, o Brasil poderá se tornar um importador de petróleo até 2034.

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