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VÍDEO - Maquiador de Michelle Bolsonaro revela bastidor com Jair Bolsonaro: “Papai”

Agustin Fernandez ganhou notoriedade por causa de sua parceria com a ex-primeira-dama; ex-presidente tem histórico de declarações homofóbicas

VÍDEO - Maquiador de Michelle Bolsonaro revela bastidor com Jair Bolsonaro: “Papai”.Créditos: Reprodução redes sociais / Agência Brasil/ Lula Marques
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O maquiador da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Agustin Fernandez, publicou dois vídeos em suas redes sociais, onde, de forma debochada, afirma ser da "cota gay de Bolsonaro", em referência ao ex-presidente, e revela intimidades com o líder da extrema-direita, que possui um histórico de declarações contra a comunidade LGBT.

"Cota gay" de Bolsonaro: Agustin Fernandez compartilha bastidores em vídeo

Em um dos vídeos, Agustin Fernandez aparece apenas de roupão e faz a seguinte declaração: "Não sei como é a cota gay na esquerda, mas na direita a gente tem muitos privilégios. Acabei de acordar, quase meio-dia, algo que Eduardo, Flávio e Carlos nunca conseguiram fazer. Papai [Jair Bolsonaro] foi à padaria, trouxe pãozinho e deixou café pronto para mim. Será que o Lula já fez isso para Jean Wyllys?"

Embora não saibamos se o ex-presidente Lula já ofereceu café ao ex-deputado Jean Wyllys, os governos do PT iniciaram as políticas públicas de promoção e combate à discriminação contra as LGBT, como o Brasil Sem Homofobia e a Secretaria Nacional de Políticas LGBT, que foram descontinuadas pela gestão de Jair Bolsonaro.

Intimidade e discurso homofóbico

Apesar do afago de Agustin Fernandez em Jair Bolsonaro e da tentativa de transformá-lo em alguém pró-LGBT, o fato é que o ex-presidente possui um histórico de declarações homofóbicas.

Bolsonaro usa discurso homofóbico para atacar Lula: "Família é composta por homem e mulher"

Sem resultados econômicos significativos para apresentar ao eleitorado, o presidente Bolsonaro (PL), que busca novo mandato, retomou o discurso de ódio contra as LGBT para atacar seu principal adversário, o ex-presidente Lula (PT).

Durante encontro com evangélicos em Imperatriz (MA), nesta quarta-feira (13), Bolsonaro fez um discurso homofóbico e transfóbico ao dialogar com os presentes.

"O que nós queremos é que o Joãozinho seja Joãozinho a vida toda. A Mariazinha seja Maria a vida toda, que constituam família, que seu caráter não seja deturpado em sala de aula", disse Bolsonaro.

Além disso, Bolsonaro afirmou que o ex-presidente Lula, durante os seus governos (2002-2010), tentou impor a "desconstrução da heteronormatividade". O presidente também afirmou que o modelo de família que ele defende "é composto por homem, mulher e prole".

Bolsonaro também voltou a criticar a descriminalização do aborto e negou que tal assunto seja da esfera da saúde pública. "O que alguns querem para o nosso Brasil? Querem aprovar o aborto como se fosse a extração de um dente. Dizem que isso é questão de saúde e não uma questão de acreditar que a vida começa na concepção", afirmou Bolsonaro.

Ódio às LGBTs: tema recorrente no discurso de Bolsonaro

A estratégia de utilizar o discurso de ódio contra a comunidade LGBT não é novidade para Bolsonaro. Na campanha de 2018, ele utilizou discurso semelhante ao afirmar que, caso o então candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, vencesse, ele obrigaria os estudantes a mudarem de gênero e orientação sexual.

Outro delírio LGBTfóbico utilizado pela campanha de Bolsonaro foi a falsa notícia da "mamadeira de piroca". A fake news, que se espalhou rapidamente, afirmava que tal objeto inexistente seria entregue nas escolas caso Haddad se tornasse presidente.

Brasil Sem Homofobia: legado das gestões Lula e Dilma

As gestões federais de Lula (2002-2010) e Dilma Rousseff (2010-2016) foram marcos na criação de políticas públicas LGBT e de combate à homofobia.

Durante os governos petistas, foi criado o programa Brasil Sem Homofobia, que funcionava de maneira interministerial, e, posteriormente, deu lugar à Coordenação Nacional de Políticas LGBT.

Também foi durante os governos de Lula e Dilma que foram realizadas as conferências nacionais LGBT, um marco na política brasileira. Na I Conferência Nacional, em 2008, o ex-presidente Lula discursou na abertura do encontro.


 

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