“Clóvis Moura coloca o negro como sujeito da luta de classes”, diz Sanches em curso na OMplay
Ministrado pelo historiador Rodrigo Sanches, curso disponível na plataforma OMplay oferece um passeio pela trajetória de Clóvis Moura, que revolucionou o estudo de sociologia no Brasil
Nascido em 10 de junho de 1925 na pequena Amarante, cidade às margens dos rios Parnaíba, Canindé e Mulato no interior do Piauí, o sociólogo, jornalista, historiador e escritor brasileiro Clóvis Steiger de Assis Moura, ou simplesmente Clóvis Moura, deixou uma vasta obra que coloca o negro brasileiro como sujeito histórico, autor da sua história e da sua práxis política.
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E para contar toda essa trajetória, em um curso exclusivo na OMplay – plataforma de streaming progressista –, o historiador Rodrigo Sanches, mestre e doutorando em mudança social e participação política pela USP, passeia pela obra e pela história desse autor e uma das figuras centrais do pensamento sociológico genuinamente brasileiro.
“O nome do curso que a gente vai realizar se chama A Sociologia da Práxis Negra de Clóvis Moura, que dá a iniciação sobre essa vasta obra sociológica em que ele produz, estrutura e entrega para o leitor uma sociologia combativa, uma sociologia de enfrentamento ao mito da democracia racial, a sociologia brasileira hegemônica do começo do século 20”, conta o historiador.
Segundo Sanches, Moura, em sua obra, faz um enfrentamento à historiografia hegemônica brasileira construída a partir das classes dominantes que visa reproduzir o mito do senhor bondoso criado por Gilberto Freyre e a falsa narrativa da democracia racial brasileira.
“Clóvis Moura estabelece uma historiografia que vai desconstruir todo esse aparato ideológico e pseudocientífico dos historiadores que vieram antes dele, da virada do século 19 para o século 20 e vai estabelecer uma nova análise acerca da história do negro no Brasil, colocando o negro como sujeito da luta de classes, tanto no período escravista quanto no período capitalista”, conta.
O curso é dividido em quatro módulos que transitam desde a desconstrução dessa “sociologia brasileira de ponta-cabeça”, como define o historiador, até a República de Palmares, o maior e mais duradouro quilombo brasileiro, eternizado na figura de Zumbi, que sucedeu Ganga Zumba na liderança da comunidade.
Sobre o autor
Rodrigo de Araujo Merida Sanches é graduado em gestão de políticas públicas pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), onde também se tornou mestre e doutorando em ciências com ênfase em mudança social e participação política. Tem licenciatura em história pela Uninove e é pesquisador do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Comunicação e Cultura (Celacc-USP), no grupo de estudos "Opressões, Existências e Resistências".