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Por que o Hamas rejeita o plano de colonização de Gaza de Trump e Tony Blair

Grupo afirma que prepara contraproposta à iniciativa de Netanyahu para cessar-fogo no território palestino

Militante do Hamas em GazaCréditos: Reprodução
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O Hamas anunciou rejeição parcial ao plano de 20 pontos elaborado por Donald Trump e Benjamin Netanyahu para um cessar-fogo permanente e colonização de Gaza.

O acordo, apresentado nesta terça-feira (30) na Casa Branca, retoma termos de antigos cessar-fogos, mas adiciona condições vistas como inaceitáveis pelo grupo palestino. Entre elas, a exigência de que o Hamas deixe de existir como entidade política. A proposta prevê anistia para seus membros apenas se depuserem as armas.

O que o Hamas rejeita

O grupo se recusa a abrir mão do armamento e rejeita qualquer dissolução. Além disso, o plano não contempla outras organizações da resistência palestina, como a Jihad Islâmica, a Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática pela Libertação da Palestina (FDLP).

Outro ponto polêmico é a criação de um “comitê tecnocrata palestino” para governar Gaza, sob tutela direta de Trump e do ex-premiê britânico Tony Blair.

Entenda: Tony Blair em Gaza e o plano de Trump: paz, tutela ou ambição de Nobel?

Oficialmente, o Hamas anunciou que apresentará uma contraproposta, alterando as cláusulas sobre desarmamento. Um dirigente do grupo afirmou à AFP que "as consultas seguem em andamento e demandam mais tempo".

Mohammad Nazzal, do gabinete político, declarou na sexta-feira: "O plano tem pontos preocupantes e anunciaremos nossa posição em breve. Estamos em contato com mediadores e partidos árabes e islâmicos, levando a sério a busca por entendimentos".

Pressão internacional

Arábia Saudita, Jordânia e Egito pressionam o Hamas a aceitar o desarmamento, vendo o movimento como sustentação ideológica para opositores internos, sobretudo a Irmandade Muçulmana.

Trump afirmou que o plano foi construído em cooperação com países árabes e muçulmanos, mas veículos internacionais destacam que a versão final teve alterações sem consulta às partes envolvidas.

O chanceler do Paquistão, Ishaq Dar, contestou a legitimidade da proposta: “Os 20 pontos divulgados por Trump não são os nossos. Mudanças foram feitas em nosso rascunho. Tenho o registro disso”.

Autoridades internacionais também têm alertado Israel de que os novos Acordos de Abraão, em especial com sauditas e indonésios, dificilmente terão continuidade enquanto persistir o genocídio contra os palestinos.

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