POÇO SEM FUNDO

Governadora que fuzilou o próprio cão terá cargo chave no governo Trump

"Caçadora de imigrantes ilegais" também sacrificou bode

Matadora.A governadora fez fama de doruna. O cão da imagem não é Cricket, mas um animal da mesma raça, um braco alemão de pelo curto.Créditos: Reprodução redes sociais
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Donald Trump passou uma longa temporada chamando o senador Marco Rubio, da Flórida, de baixinho e tampinha.

Usando uma garrafa de água, chegou a simular que o xixi do concorrente -- ambos disputaram a nomeação do Partido Republicano para disputar a Casa Branca -- não chegava longe.

Agora Rubio, um inimigo da China, de Cuba, do Irã e da Venezuela -- e admirador de Jair Bolsonaro -- vai para o cargo mais alto da diplomacia estadunidense, como secretário de Estado.

Nas Nações Unidas, vai "brilhar" a deputada Elise Stefanik, que foi a principal responsável pela eleição de Kitara Ravache, também conhecida como George Santos, para o Congresso dos Estados Unidos.

O filho de imigrantes brasileiros, num caso raro nos EUA, foi cassado pelos colegas, depois que sua torre de mentiras desabou -- uma delas é de que a mãe tinha morrido nos ataques de 11 de setembro.

Para o Departamento de Defesa, comandando em tese o Pentágono, vai o âncora da Fox News,  Pete Hegseth, veterano de guerra do Afeganistão e do Iraque, um sionista de quatro costados que tem planos para derrubar o governo do Irã.

Matou o próprio cão

Porém, a bizarrice não para aí.

A mulher que vai comandar um dos departamentos mais poderosos dos Estados Unidos, o de Homeland Security, é a popular governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem, que em sua biografia confessou ter fuzilado o próprio cão.

No livro, ela acusou o bicho, um animal de caça de 14 meses de idade, de ser impossível de treinar.

Na descrição de Noem, Cricket causou uma saia justa ao escapar do veículo da família e atacar as galinhas de eleitores com os quais ela conversava.

Ele agarrou um frango de cada vez, triturou até a morte com uma única mordida e depois deixou cair para atacar outro.

No livro, a governadora -- que também serviu como deputada durante oito anos -- disse que odiava o cão e que o levou até o local do abate:

Não foi um trabalho agradável, mas tinha de ser feito. E depois que tudo acabou, percebi que outro trabalho desagradável precisava ser feito.

O "outro" trabalho era o fuzilamento de um bode, que ela descreveu no livro como "mau e cruel", por perseguir os filhos de Noem e estragar as roupas das crianças.

Ela contou ter arrastado o bicho ao mesmo lugar onde fuzilou o cão. Foi com requintes de crueldade. O animal sobreviveu ao primeiro disparo. Noem retornou ao veículo, pegou mais munição e deu os tiros de misericórdia.

Mesmo para os padrões do trumpismo, Noem teve de se desculpar em entrevistas subsequentes por sua óbvia crueldade. Os episódios, que foram testemunhados por operários da construção, teriam custado a ela o lugar de vice na chapa de Trump.

Agora, como chefe do Departamento de Segurança Interna, Noem terá como uma de suas atribuições lidar com os imigrantes ilegais.