Aos 83 anos, Caetano Veloso foi o grande homenageado do Altas Horas especial exibido neste sábado (11), em comemoração aos 25 anos do programa da TV Globo. Durante o bate-papo com Serginho Groisman, o cantor refletiu sobre a diversidade religiosa em sua família, relembrou momentos de sua trajetória e recebeu homenagens de grandes nomes da música brasileira.
Em tom intimista, Caetano comentou a pluralidade de crenças entre seus filhos — Zeca, Tom e Moreno Veloso — e como essa convivência influenciou sua própria visão espiritual.
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“Pessoalmente, tive meus filhos Zeca e Tom, quando eram pequenos, atraídos pela igreja evangélica. O Tom depois deixou a igreja, mas Zeca permanece evangélico, e eu fico orgulhoso disso”, contou o artista.
Caetano revelou que essa vivência familiar o levou a se interessar pelo crescimento das igrejas evangélicas no Brasil, tema que também inspira suas composições. Ele explicou que foi esse olhar que o fez incluir a canção gospel Deus Cuida de Mim, de Kleber Lucas, em sua recente turnê ao lado da irmã, Maria Bethânia. O próprio Kleber participou do programa e emocionou o público ao cantar no palco.
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Sobre o filho mais velho, Moreno, Caetano destacou um caminho espiritual distinto:
“Moreno sempre foi, diferente de mim, muito religioso, mas com uma visão das antigas religiões clássicas, da Grécia e das religiões orientais.”
O músico ainda lembrou sua relação com o candomblé e afirmou:
“Eu sou filho de santo.”
Vários artistas presentes
A homenagem contou com apresentações de grandes artistas. Gilberto Gil reviveu a amizade de décadas com Caetano e cantou Desde que o Samba é Samba. Ivete Sangalo arrancou aplausos da plateia ao interpretar Trem das Cores e, após um selinho no homenageado, voltou para cantar Você é Linda.
Xande de Pilares e Mosquito animaram o público com uma versão de Gente, ao lado de Caetano. Um dos momentos mais emocionantes da noite aconteceu quando o cantor se juntou aos três filhos — Moreno, Zeca e Tom — para cantar Força Estranha, sob o olhar atento da empresária Paula Lavigne, mãe dos jovens, que acompanhava tudo da plateia.
Entre depoimentos e risadas, Ney Matogrosso também relembrou o primeiro encontro com Caetano, ocorrido nos anos 1970, em Brasília.
“Eu fui ao único hotel e à única sorveteria que existiam na cidade. Aí surgiu Caetano, lindo, todo de cor-de-rosa. Eu não queria ser ele, mas queria provocar nas pessoas o que ele havia acabado de me provocar”, disse, arrancando gargalhadas da plateia.