A família de Juliana Marins, jovem brasileira de 26 anos que morreu após cair durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, decidiu sepultá-la no Brasil. A opção pela cremação foi descartada por precaução, diante da possibilidade de futuras investigações que possam exigir exumação do corpo.
“Pedimos a cremação, mas o juiz negou inicialmente, por se tratar de uma morte suspeita. Depois a defensoria conseguiu a autorização, mas já tínhamos decidido pelo sepultamento”, explicou Manoel Marins, pai de Juliana.
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O velório acontece nesta sexta-feira (4), no Cemitério Parque da Colina, em Niterói (RJ), com cerimônia aberta ao público das 10h às 12h e reservada à família e amigos mais próximos até as 15h.
Nova autópsia no Brasil
Após chegar ao Brasil, o corpo de Juliana passou por uma nova autópsia no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, na quarta-feira (2). A análise durou cerca de duas horas e meia e foi acompanhada por peritos da Polícia Civil, um legista federal e por Nelson Massini, especialista contratado pela família. A irmã de Juliana, Mariana Marins, também acompanhou o procedimento.
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A primeira autópsia havia sido realizada na Indonésia, ainda em Bali, no dia 26 de junho. Segundo o laudo, Juliana sofreu múltiplas fraturas e lesões internas graves, o que teria provocado a morte em até 20 minutos após o acidente. No entanto, o relatório não informou o momento exato do falecimento, o que gerou questionamentos da família.
A divulgação desse laudo também foi criticada pelos parentes. “Chamaram a gente ao hospital, mas antes de entregar o resultado à família, o legista deu uma coletiva de imprensa. É um absurdo atrás de outro”, lamentou Mariana.
Família cobra respostas e apuração
A Defensoria Pública da União (DPU) solicitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Juliana. A entidade também aponta falhas nas informações fornecidas pela Indonésia e pede mais clareza sobre a hora do óbito.
“A família precisa confirmar data e horário da morte para investigar possível omissão no socorro”, afirmou a defensora pública Taísa Bittencourt.
A família de Juliana também segue inconformada com a demora no resgate. Foram quatro dias entre a queda e a chegada das equipes de salvamento. “Acreditamos que houve negligência. Ela poderia ter sido salva”, disse Mariana.
O corpo de Juliana chegou ao Brasil no dia 3 de julho, vindo de Bali em um voo comercial até São Paulo, e posteriormente transportado em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) até o Rio de Janeiro.
Juliana realizava a trilha sozinha no Parque Nacional do Monte Rinjani, um destino turístico conhecido, mas de acesso difícil. As circunstâncias exatas de sua queda e da morte seguem sob apuração.