JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO

Justiça decreta prisão de Oruam; rapper é acusado de seis crimes

Mais cedo, ele foi indiciado, acusado de impedir uma operação que visava cumprir um mandado de busca e apreensão contra um adolescente de 17 anos

Oruam.Créditos: Reprodução redes sociais
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A Justiça do Rio de Janeiro expediu um mandado de prisão contra o rapper Oruam, que foi indiciado por seis crimes após, segundo a Polícia Civil, ter impedido a apreensão de um menor de idade procurado por roubo. O episódio ocorreu na residência do artista, no bairro do Joá, Zona Oeste da capital, e terminou em confronto com agentes.

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, o rapper e seus amigos tentaram barrar a operação que visava cumprir um mandado de busca e apreensão contra o jovem, identificado informalmente como Menor Piu. Oruam teria agido com violência, o que levou ao seu indiciamento por tráfico de drogas, associação ao tráfico, lesão corporal, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato.

“Oruam é um marginal, bandido, delinquente, criminoso e associado ao tráfico — um bandido da pior espécie”, afirmou Curi em entrevista ao Bom Dia Rio.

Esposa relata ação violenta e invasão de domicílio

A companheira do rapper, Fernanda, que estava na casa durante a operação, deu uma versão completamente distinta da apresentada pela polícia. Em seu depoimento, ela afirmou que os agentes não se identificaram como policiais, invadiram o imóvel com fuzis, apontaram armas para o cachorro da família e invadiram quartos sem autorização.

“Estava fazendo o meu trabalho, houve uma gritaria lá embaixo. Vi homens abordando os meninos. Em nenhum momento tinha farda. Não sabia o que eles eram”, contou.

“Subiram de fuzil, entraram nos quartos, apontaram a arma para minha cachorra — porque ela latiu.”

“Um [policial] entrou [no quarto] sem meu consentimento. Cheguei nele e falei que ele não poderia entrar no meu quarto sem ninguém”, disse ela.

Segundo Fernanda, o menor procurado, que seria o alvo da ação, estava no andar superior para acompanhá-la, pois ela estava sozinha e se sentia insegura.

“O menino tinha ido lá para cima para ficar comigo, para acompanhar o que ia acontecer em segurança minha porque eu estava sozinha. E fizeram isso com ele. Em nenhum momento chamaram ele para acompanhar, nem nada.”

Ela também criticou a forma como a operação foi conduzida:

“Está todo mundo esgotado. Família esgotada. Se eles querem fazer [a operação], têm que fazer de forma correta, da forma certa. E eles não fazem.”

Defesa de Oruam

A defesa do rapper afirmou que ainda não teve acesso ao inquérito policial e, por isso, não vai se manifestar sobre as acusações neste momento.

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