"O Alasca está queimando, a Sibéria está queimando", diz Salles, acusando o mundo de ser "tendencioso" com o Brasil

"Nenhum brasileiro pode concordar com essa imputação de que o Brasil desrespeita o meio ambiente e que o resto do mundo respeita", disse o ministro em entrevista. No Senado, Salles voltou a defender o "boi bombeiro" no Pantanal

Ricardo Salles - Divulgação/MMA
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Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, acusou o mundo de ser "tendencioso" com o Brasil ao apontar as queimadas recordes e a política predatória de Jair Bolsonaro em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (13).

"Você vê a Califórnia queimando muito mais do que o Brasil, e nem por isso deixou-se de investir lá. A Austrália teve no ano passado o dobro de incêndios da Amazônia, a África está queimando muito mais do que o Brasil. Você vê uma visão bastante tendenciosa [em relação ao Brasil]. Olham com lente de aumento o que acontece no Brasil e ignoram aquilo que está acontecendo em outiros biomas. O Alasca está queimando, a Sibéria está queimando", disse Salles.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que o número de incêndios no Pantanal é o maior da série histórica, iniciada em 1998. O desmatamento na Amazônia, por sua vez, é o maior registrado em uma década.

Salles, no entanto, disse, no entanto, que as críticas são equivocadas e que o problema ambiental brasileiro se concentra nas cidades, alegando falta de saneamento e de tratamento de lixo.

"É preciso ter muito bom senso nessa hora. Nenhum brasileiro pode concordar com essa imputação de que o Brasil desrespeita o meio ambiente e que o resto do mundo respeita", afirmou.

Senado
Em audiência no Senado, o ministro voltou a citar o "boi bombeiro", defendido pela Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, como solução para os incêndios. A medida foi adotada pelo governo e pulverizou-se nas redes com entrevista de Eduardo Bolsonaro com o biólogo Richard Rasmussem.

"Outra discussão que vem dando bastante polêmica diz respeito à história do "boi bombeiro" e a criação de gado do Pantanal. A própria ministra Tereza Cristina fez um comentário esta semana acerca da importância da criação de gado no Pantanal. Nós concordamos. Ouvimos de várias fontes diferentes sobre a necessidade de haver um reconhecimento do papel da criação de gado no Pantanal, uma vez que o gado também contribui para diminuir o que há de excesso de matéria orgânica. O capim, enfim, o pasto que ele ajuda a reduzir", disse, sem ser contestado pelos senadores.

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