Bajulador contumaz do clã Bolsonaro e autor do Projeto de Lei (PL) 5.646/2023, que decreta o fim de todos os feriados nacionais, Marcos Pollon (PL-MS) faltou em 10 das sessões plenárias de 2024, sendo que por nove vezes sequer justificou a ausência no trabalho - o que daria demissão por justa causa na empresa privada.
Alçado aos braços do clã, em especial de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após fundar a Associação Nacional Movimento Pró Armas (AMPA), que atua fazendo lobby para a indústria armamentista, Pollon compareceu em 72 sessões plenárias nos 330 dias, até esta terça-feira (26), de 2024 - 228 deles úteis, com 47 sábados e domingos e 13 feriados.
Te podría interesar
Advogado, Youtuber e influencer armamentista e de ultradireita antes de ser eleito como "candidato do Bolsonaro" em 2022, o deputado gravou - provavelmente de seu apartamento funcional ou de sua casa - um vídeo rebatendo o "piti da esquerda" com o projeto e chamou feriados de "benefícios e regalias".
"Contra tudo que é regalia e benefício você vai encontrar um PL ou uma PEC meu. Sim, eu sou contra a falta de produtividade", afirma o bolsonarista seja público ou privado.
Te podría interesar
Benefícios e regalias
Pollon justifica seu PL que extingue feriados e pontos facultativos alegando que, segundo ele, "causam considerável prejuízo para diversos setores produtivos".
"A transferência das comemorações de feriados para os domingos e a extinção dos pontos facultativos surgem como medidas necessárias para impulsionar a atividade econômica, promover a competitividade internacional", diz o deputado, que também é contra a redução da jornada 6x1.
O que o bolsonarista, que se diz contra benefícios, regalias e falta de produtividade nos setores público e privado, nunca justificou é porque tão logo assumiu o cargo de deputado na Câmara colocou a esposa, Naiane Bittencourt como a presidente regional do PL Mulher e o irmão, Gabriel Pollon, como o presidente do partido em Campo Grande.
Naiane foi alçada ao cargo por Michelle Bolsonaro, esposa de Jair Bolsonaro, que recebe cerca de R$ 40 mil mensais em recursos do fundo partidário para ser presidenta do PL Mulher.