Por 9 a 1, STF proíbe produção de dossiê antifascista pelo Ministério da Justiça

O Supremo atendeu uma ação movida pela Rede Sustentabilidade em votação realizada nesta quinta-feira

O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André  Mendonça, durante a solenidade de posse no Palácio do Planalto
O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, durante a solenidade de posse no Palácio do Planalto
Escrito en POLÍTICA el

O Supremo Tribunal Federal decidiu, por 9 votos a 1, atender ação movida pela Rede Sustentabilidade contra o dossiê antifascista  formulado pelo Seopi do Ministério da Justiça contra agentes de segurança e professores denominados antifascistas.

ADPF 722, relatada pela ministra Carmen Lúcia, solicitava “imediata suspensão da produção e disseminação de conhecimentos e informações de inteligência estatal produzidos sobre integrantes do ‘movimento antifascismo’ e professores universitários”.

Os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli acompanharam Carmen Lúcia e votaram a favor da ADPF. Apenas Marco Aurelio Mello foi contra, por não ver evidências sobre a produção do material. Celso de Mello está de licença médica.

A relatora destacou que o Ministério da Justiça não negou a existência do dossiê e que “não se pode desempenhar atividades de inteligência fora dos estritos limites constitucionais e legais, sob pena de, ao invés de defender o Estado, comprometer a sociedade e a democracia”.

“O uso ou abuso da máquina estatal, mais ainda, para a colheita de informações de servidores com postura política contrária a qualquer governo caracteriza sim um desvio de finalidade”, declarou a magistrada.

Em seu voto, Lewandoski afirmou que "o que não se admite é que num estado democrático de direito se elabore dossiês sobre cidadãos dos quais constem informações quanto as suas preferências ideológicas, políticas, religiosas, culturais, artísticas ou, inclusive e especialmente, de caráter afetivo".

Apesar de votar pela proibição do relatório, o presidente do STF, Dias Toffoli, fez questão de defender André Mendonça, dizendo que outros governos também faziam dossiês.

Com informações do G1

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar