Uma das marcas registradas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, é o seu corte de cabelo, um topete loiro-laranja fixado por generosas borrifadas de laquê. Eis que ele surpreende ao aparecer com um novo visual.
O registro do novo corte de cabelo de Trump viralizou na internet. A gravação foi feita em sua propriedade particular, o Trump International Golf Club, localizado em West Palm Beach, Flórida.
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No vídeo divulgado na noite desta terça-feira (17), o ex-presidente aparece cumprimentando calorosamente uma multidão animada de admiradores.
Vestindo uma camiseta branca de golfe, calça preta e sapatos, Trump parecia relaxado enquanto caminhava para cumprimentar os visitantes, perguntando casualmente se estavam aproveitando o momento.
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Um boné vermelho pendia de seus dedos, como mostrado em um vídeo publicado na rede social X.
Rapidamente, apoiadores online do líder do movimento MAGA (Make America Great Again, Faça a América grande de novo) recorreram a seus perfis nas redes sociais para compartilhar vídeos do que chamaram de "transformação" do futuro presidente dos EUA.
Novo penteado é, na verdade, velho
O novo visual de Trump não é novidade e já foi adotado durante o primeiro mandato dele na Presidência dos EUA. Naquela época, o visual incomum também causou um alvoroço nas redes sociais e não passou de alarme falso.
Em junho de 2019, durante uma visita surpresa à McLean Bible Church na Virgínia, Trump foi visto com um penteado diferente do habitual. Em lugar do estilo geralmente volumoso e penteado para a frente, ele apareceu com o look penteado para trás e mais liso.
A alteração foi temporária. Mais tarde, ao ser fotografado embarcando no Air Force One para uma viagem ao Reino Unido, Trump já exibia seu penteado tradicional. Portanto, a mudança no estilo capilar durou apenas algumas horas naquele dia.
Naquela ocasião, Trump fez uma visita de Estado ao Reino Unido e cumpriu uma agenda oficial que incluiu um encontro com a hoje falecida Rainha Elizabeth II, com a então primeira-ministra conservadora Theresa May e participação nas comemorações do 75º aniversário do Dia D em Portsmouth.
Icônico topete
O cabelo de Donald Trump é um personagem à parte. Ao longo dos anos, o penteado do extremista de direita tem sido objeto de intensa atenção e especulação.
Em 2016, o site Gawker publicou uma investigação que sugeria que o penteado característico de Trump poderia ser resultado de uma técnica chamada "intervenção microcilíndrica", desenvolvida por Edward Ivari, fundador da Ivari International.
O procedimento consiste em fixar fios adicionais ao couro cabeludo por meio de microcilindros que demanda manutenção periódica.
A sede da Ivari International ficava na Trump Tower, o que levantou especulações sobre uma possível conexão direta.
Edward Ivari, que detém a patente do método, já enfrentou processos judiciais relacionados às suas práticas e se apresenta como "doutor", apesar de não possuir formação médica reconhecida.
Em 2018, um vídeo viralizou mostrando o cabelo de Trump sendo levantado pelo vento enquanto ele embarcava no Air Force One, revelando uma área calva na parte posterior de sua cabeça.
Trump sempre afirmou que seu cabelo é natural, embora tenha admitido o uso de produtos como laquê para manter o penteado.
Em 2020, durante um discurso, Trump apareceu com o cabelo em um tom mais claro, próximo ao cinza, o que gerou comentários sobre uma possível mudança na coloração.
Na rede social X, um usuário questionou: "Sou só eu ou o cabelo do Trump ficou de loiro para grisalho esta semana? Triste.".
Topete laranja
O corte de cabelo de Trump é conhecido como combover. O estilo de penteado consiste em fios mais longos de uma parte da cabeça para ser penteado e cobrir áreas de calvície ou com menos densidade capilar.
Esse estilo é frequentemente adotado por pessoas que desejam disfarçar a queda de cabelo, especialmente na parte superior ou lateral da cabeça.
Geralmente, o cabelo é penteado a partir de uma lateral ou de trás para cobrir a área calva. Muitas vezes, são usados sprays fixadores, géis ou pomadas para manter o cabelo no lugar.
O objetivo principal é criar a ilusão de uma linha capilar mais cheia e uniforme. Em alguns casos, como o de Donald Trump, o combover se torna uma marca registrada e um símbolo visual distintivo.
O combover ganhou popularidade nas décadas de 1950 e 1960 e, ao longo dos anos, tornou-se um estilo facilmente reconhecido. No entanto, ele também é alvo de humor e crítica, especialmente quando o resultado não parece natural.
Cabelos e líderes de extrema direita
O icônico combover laranja de Trump é mais famoso do que qualquer política que ele já implementou. Um mistério capilar, o estilo é tão discutido quanto sua política externa – e provavelmente mais consensual.
Mas ele não está sozinho. O ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, fã declarado de Trump, assim que foi eleito para o cargo, em novembro de 2018, fez uma aparição que movimentou as redes sociais: uma ida ao barbeiro no Rio de Janeiro.
Sob a escolta da Polícia Federal, Bolsonaro entrou no salão com seu tradicional penteado insípido, reforçando sua mensagem populista de "sério, mas do povo". Enquanto conversava com o barbeiro e clientes, o evento virou quase um comício improvisado.
Geert Wilders, líder da extrema-direita da Holanda, do Partido pela Liberdade, é uma espécie de embaixador oficial do penteado platinado com volume extra. Com fios tão estrategicamente descoloridos que poderiam iluminar a sede do partido, Wilders ostenta um look que grita "radical chic" enquanto promete uma política não tão chic assim.
O presidente ultraliberal da Argentina, Javier Milei, leva o conceito de "cabelo selvagem" a outro nível. Seus fios desgrenhados são uma metáfora perfeita para suas ideias explosivas: imprevisíveis, caóticas e desastrosas para o povo. Se Milei é um furacão na política, seu cabelo é o ciclone que o precede para destruir os direitos da população.
O ex-primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, talvez seja o representante mais conhecido do clube dos "cabelos fora de controle". Desgrenhado por natureza ou por estratégia? Quem sabe! Boris diz que sua cabeleira reflete uma rebeldia intelectual. Outros acreditam que ele simplesmente ignora o pente.
Para falar sobre "cabelos que fizeram história", não dá para ignorar o penteado rígido de Adolf Hitler, líder da Alemanha Nazista. Sem criatividade, mas com uma presença tão imponente quanto trágica, ele deu uma má reputação aos cortes clássicos repartidos para o lado.
E assim, o mundo continua acompanhando os líderes que sabem usar o cabelo como símbolo – seja para refletir poder, caos ou (pseudo) proximidade com o povo.