A cantora Marina Sena foi acusada de queerbaiting pelo público no seu clipe com Juliette. Lançado em 10 de agosto de 2023, o clipe soma mais de 1,1 milhão de visualizações no YouTube. Em meio às preparações para o seu show no festival The Town, no dia 10 de setembro, a artista afirma: "Pra gente é normal pegar uma na outra".
No vídeo de "Quase Não Namoro", a mineira e a paraibana sensualizam uma com a outra, em meio a esculturas de argila. As duas trazem o erotismo feminismo na encenação, com contatos corporais sensuais, toques suaves nos braços e encaradas de sedução.
O que é queerbaiting
O termo é composto por justaposição, com duas palavras em inglês. "Queer" é um termo abrangente que se refere à comunidade LGBTQIAP+, com tradução ao português próxima de "estranho" – como a comunidade é vista por pessoas que seguem a heteronormatividade. Já "bait" significa "isca", em português.
Ou seja, o queerbaiting é uma tática de marketing que usa romances LGBTQIAP+ para atrair visualizações e engajamento do público no ramo do entretenimento. O público-alvo é justamente a comunidade, que ao se sentir pertencimento, passa a interagir com a obra e promove o lucro.
De acordo com Marina, a atuação no clipe foi natural para ela: "Pra mim não tinha peso algum em fazer isso. Eu estava com a minha amiga ali, a gente estava sensualizando. Eu faço isso na festa com as minhas amigas. A gente gosta! Tem muito mais a ver com esse universo das mulheres", disse ao gshow.
"Às vezes as pessoas falam: 'ah, é pra atrair macho'. Não, é pra atrair as mulheres mesmo. É nós, no nosso rolê, na nossa viagem, no nosso jeito que a gente gosta de curtir. A gente tem mais essa coisa da interação física, a gente que é mulher. De se abraçar, de fazer carinho uma na outra, que eu acho que os homens tem mais dificuldade. Pra gente é normal pegar uma na outra"